Brasil

Marina Silva chama incêndios na Amazônia de "crime contra a humanidade"

A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que o governo Bolsonaro está destruindo políticas ambientais que foram criadas nas últimas décadas

Amazônia:"É a 1ª vez em que temos uma situação que foi oficialmente alimentada pelo governo", afirmou Marina (Ueslei Marcelino/Reuters)

Amazônia:"É a 1ª vez em que temos uma situação que foi oficialmente alimentada pelo governo", afirmou Marina (Ueslei Marcelino/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 15h53.

Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 14h47.

Bogotá — A ex-ministra do Meio Ambiente e candidata presidencial Marina Silva classificou os incêndios florestais que devastam a Amazônia como um "crime contra a humanidade" na quinta-feira, e disse que as diretrizes atuais atiçam as chamas.

Incêndios florestais em número recorde ardem há semanas na Amazônia brasileira, a maior floresta tropical do mundo, cuja proteção cientistas dizem ser crucial no combate à mudança climática.

Os incêndios quase dobraram neste ano na comparação com o mesmo período de 2018, segundo autoridades do Brasil, o que provocou uma revolta global.

"O mundo inteiro está assistindo uma situação que está fora do controle, em termos de desmatamento e incêndios na Amazônia brasileira", disse Marina em uma conferência em Bogotá.

Ela e outros ambientalistas atribuíram a situação da Amazônia a cortes feitos pelo presidente Jair Bolsonaro em programas ambientais.

"É uma situação que vejo como um crime contra a pátria, um crime contra a humanidade", disse a ex-senadora.

"Tivemos situações difíceis ao longo da história do Brasil, mas esta é a primeira vez em que temos uma situação que foi prática e oficialmente alimentada pelo governo", acrescentou.

Bolsonaro criticou as multas ambientais para agricultores e pediu que reservas indígenas e outras áreas protegidas sejam abertas ao desenvolvimento.

Procuradores federais do Pará disseram que investigarão a disparada do desmatamento e dos incêndios florestais para determinar se houve uma redução da fiscalização e da aplicação de proteções ambientais.

Ambientalistas como Marina, que foi ministra no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dizem que a iniciativa de Bolsonaro de abrir a Amazônia a algumas atividades econômicas está estimulando a indústria, os madeireiros clandestinos e os fazendeiros a derrubar árvores e explorar recursos naturais.

"O governo Bolsonaro destruiu todas as políticas ambientais que criamos ao longo de décadas", disse Marina, que nasceu em uma comunidade de seringueiros da Amazônia.

Acompanhe tudo sobre:AmazôniaDesmatamentoGoverno BolsonaroIncêndiosMarina Silva

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi