Dilma e Marina: ex-senadora atrai eleitores que antes se diziam sem candidato e não tira votos dos dois principais adversários (Reuters/Ricardo Moraes)
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2014 às 06h41.
São Paulo - A ex-senadora Marina Silva aparece em empate técnico na corrida presidencial com Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno e com Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, nas duas situações à frente dentro da margem de erro, mostrou a primeira pesquisa eleitoral após a trágica morte do candidato Eduardo Campos (PSB).
Segundo o Datafolha, Marina, que deve ser confirmada candidata do PSB à Presidência da República nesta semana, aparece na disputa com 21% das intenções de voto, acima dos 20% de Aécio e atrás de Dilma, com 36%.
Já na simulação de segundo turno, Marina fica numericamente à frente de Dilma, com 47% contra 43% da presidente que busca a reeleição.
No primeiro turno contra Aécio e no segundo contra Dilma, trata-se de uma situação de empate técnico, considerando a margem de erro da pesquisa de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
De acordo com o Datafolha, em um segundo turno entre Dilma e Aécio, a presidente venceria por 47% a 39%, o que representa uma melhora da petista sobre a sondagem anterior em julho, que mostrava 44% a 40%, com empate técnico naquela ocasião dentro da margem de erro.
Os números do Datafolha afastam a hipótese de conclusão da eleição presidencial no primeiro turno, porque Marina tem quase três vezes as intenções de voto de Campos, que aparecia com 8%.
A ex-senadora atrai eleitores que antes se diziam sem candidato e não tira votos dos dois principais adversários: Dilma aparecia com os mesmos 36% e Aécio com iguais 20% na pesquisa anterior feita pelo Datafolha.
As intenções de voto nulo ou em branco, contudo, caíram de 13% na pesquisa anterior para 8%, enquanto os indecisos recuaram de 14% para 9% agora.
O presidenciável do PSB Campos morreu na última quarta-feira, dia 13, em um acidente de avião no litoral de São Paulo. A morte repentina do socialista colocou Marina, sua vice na chapa, como nome natural para assumir a candidatura pelo partido.
No sábado, o líder da bancada do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disse à Reuters que Marina "já sinalizou que vai assumir a candidatura". Segundo ele, uma reunião da comissão executiva do partido na quarta-feira definirá também o nome do candidato a vice.
Em um improvável cenário sem manutenção da candidatura do PSB à Presidência, Dilma venceria no primeiro turno com 41% dos votos válidos, oito pontos a mais que a soma de seus rivais. Aécio ficaria com 25%, conforme o Datafolha.
RESPOSTA ESPONTÂNEA E REJEIÇÃO A entrada de Marina na corrida presidencial acontece no momento que indica alguma recuperação de Dilma. Ela ampliou a vantagem sobre Aécio no segundo turno e a avaliação do governo melhorou, com sua taxa de rejeição caindo de 35% para 34%.
O índice de rejeição de Aécio é de 18% e o de Marina, 11%.
Na resposta espontânea, em que o eleitor diz em quem pretende votar sem ter acesso aos nomes dos candidatos, Dilma foi a resposta dada por 24% dos entrevistados pelo Datafolha, acima dos 22% na pesquisa anterior. Aécio foi mencionado por 11% e Marina por 5%.
O Datafolha ouviu 2.843 eleitores em 176 municípios em 14 e 15 de agosto. Números da pesquisa foram disponibilizados em reportagem no site do jornal Folha de S. Paulo na madrugada desta segunda-feira.