Marina Silva: candidata criticou a administração da Petrobras, alvo de denúncias de corrupção (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2014 às 12h43.
Rio de Janeiro - A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) afirmou nesta quinta-feira que está comprometida em levar adiante a exploração do pré-sal se for eleita e classificou como "cortina de fumaça" as alegações de adversários de que reduziria a importância do petróleo na matriz energética.
Marina aproveitou para criticar a administração da Petrobras, alvo de denúncias de um suposto esquema de corrupção. A candidata disse que vai garantir a destinação dos recursos provenientes do petróleo do pré-sal para investimentos em saúde e educação, e não para a "corrupção".
"É preciso entender que o que está ameaçando o pré-sal é exatamente o que está sendo feito com a Petrobras... É isso que está ameaçando a exploração do pré-sal", disse Marina em sabatina no jornal O Globo, no Rio de Janeiro.
Marina disse que existe uma "cortina de fumaça" lançada pelos principais adversários para desviar o foco do debate eleitoral, possivelmente devido às denúncias de um suposto esquema de corrupção envolvendo a Petrobras e políticos da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.
"Nós vamos explorar os recursos do pré-sal, vamos utilizar o dinheiro que está destinado para saúde e educação para investir de fato em saúde e educação, e não em corrupção como a sociedade tem medo", disse Marina, quando questionado sobre o papel do pré-sal em um eventual governo.
"O Brasil tem que entender que a exploração de suas riquezas naturais é uma safra que só dá uma vez, e uma safra que só dá uma vez precisa ser muito bem utilizada, estrategicamente utilizada, e não drenada pela corrupção como a gente vê lamentavelmente hoje dentro da Petrobras."
Informações vazadas à imprensa dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos e partidos da base aliada.
Costa está preso desde junho no Paraná devido a acusações decorrentes da operação Lava Jato da PF, que investiga esquema de lavagem de dinheiro.
A presidente Dilma, quando questionada sobre as recentes denúncias na Petrobras, disse que "em nenhum momento" suspeitou de esquemas de corrupção na estatal.
Dilma afirmou ainda que não tomaria nenhuma providência em relação a membros do governo citados nas denúncias, como o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, até que tenha acesso a dados oficiais do depoimento de Costa.
A ex-ministra do Meio Ambiente passou a ser questionada sobre o encaminhamento que daria à exploração do pré-sal em um eventual mandato presidencial, depois que seu programa de governo praticamente não mencionou as reservas ultraprofundas.
Marina, ministra entre 2003 a 2008 durante governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse na sabatina que o mundo inteiro tem discutido alternativas aos combustíveis fósseis como fontes de energia, mas que, por enquanto, a exploração de petróleo ainda é imprescindível.
"Ao dizer que o Brasil busca outras gerações limpas não significa que vai ser deixado de ser explorado. Vamos sim explorar o pré-sal", disse.