Marina Silva: "Queremos uma sociedade criativa, produtiva e livre" (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2014 às 16h34.
São Paulo - A presidenciável do PSB, Marina Silva, disse nesta quarta-feira, 03, em palestra na Faculdade de Medicina da USP, que o Brasil teve avanços importantes na economia e de inclusão social, que ela pretende manter.
Marina defendeu que o Brasil saiu das políticas sociais de primeira geração, com base em conceito de caridade, e chegou às políticas sociais de segunda geração, com transferência de renda e que isso precisa ser mantido.
"Mas também temos dito que chegaremos às políticas sociais de terceira geração, com inclusão produtiva", disse Marina ao público de médicos e funcionários da área da saúde.
"Queremos uma sociedade criativa, produtiva e livre", completou.
Marina ressaltou sua proposta, elaborada com Eduardo Campos quando vivo, de destinar 10% da receita da União para a saúde, medida necessária, segundo ela, para melhorar a qualidade da assistência médica no país.
Defendeu ser possível arrecadar esses recursos.
"Com certeza teremos os recursos para fazer todos esses esforços", disse, ao argumentar que a postura depende de escolha política.
A candidata citou seu histórico pessoal para justificar como é importante a área da saúde.
Relatou que viu doenças como sarampo e malária matarem em um mesmo ano sua mãe, seu tio, a avó e duas irmãs, além de pessoas da sua comunidade no Acre.
Relatou que ela passou por cinco casos de malária e três de hepatite. "Não havia um médico, ninguém para acolher", comentou.
Quando veio para São Paulo foi atendida e virou estudo de caso como um "fígado da Amazônia", brincou. "Tenho carinho e respeito muito grande com profissionais da saúde."
Marina fez para o público seu tradicional discurso de renovação da política. Lembrou a fala de Campos de que quando a sociedade se afasta da política, a política perde, e quando as pessoas se aproximam, a política melhora.
Citou exemplos dessa aproximação positiva quando da redemocratização, do ciclo de estabilização econômica e da distribuição de renda.
Marina defendeu para o público presente que a política pode ser "revigorada".
A candidata do PSB também falou de sua bandeira pelo fim da polarização tradicional entre PT e PSDB e sobre a importância do desenvolvimento sustentável como política de Estado.
Marina recebeu propostas colocadas em um documento pela Associação Médica Brasileira e disse que lerá com atenção para incorporar ideias ao seu programa de governo, que é "vivo" e portanto aberto a sugestões.