Marina Silva, candidata do PV a presidência, defendeu o fim da reeleição (Arquivo)
Da Redação
Publicado em 25 de junho de 2013 às 20h23.
Brasília - A candidata do Partido Verde (PV) à Presidência da República, Marina Silva, defendeu hoje (14) a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte exclusiva para debater e votar as reformas necessárias ao país, entre elas a política. Para ela, não há como o Congresso promover a reforma política, uma vez que os parlamentares estão diretamente interessados neste assunto.
"Sei que o assunto é polêmico, mas precisamos iniciar o debate. Sabemos que as cláusulas pétreas não podem ser reformadas, mas sabemos, também, que as instituições precisam ser reformadas", disse a candidata, que foi sabatina pela Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Marina Silva também defendeu a realização do segundo turno com o argumento de que o eleitor não deve tomar "uma decisão açodada". Para ela, qualquer que seja o candidato eleito é necessário que haja o referendo em dois turnos. A candidata fez questão de desvincular as denúncias de vazamento de dados da Receita Federal e de tráfico de influência no governo da sua defesa da eleição em dois turnos.
"É preciso o segundo turno para o eleitor respaldar melhor quem vier a ser eleito. É bom poder ter mais tempo para debater o leque de propostas apresentadas. Independente das denúncias, eu já defendia que o candidato fosse respaldado em dois turnos", disse Marina Silva.
A reeleição foi outro tema levantado na sabatina pelos conselheiros da OAB. Marina afirmou ser contrária a este princípio e defendeu um mandato de cinco anos ao Presidente da República. Segundo ela, a reeleição na América Latina e no Brasil criou um contexto onde os políticos não deixam de promover as mudanças necessárias em setores como saúde e educação, para dedicarem-se a mais quatro anos no poder.
Ela também defendeu uma completa readequação das estruturas partidárias diante da nova realidade mundial da forte mobilização das redes sociais. A candidata verde afirmou que "os partidos estão morrendo" e terão necessariamente que abrir-se para uma discussão direta com a sociedade sobre temas relevantes para o país, como melhoria da saúde pública, inserção de novas tecnologias ao processo educacional e segurança publica, por exemplo.
Marina Silva afirmou que alguns segmentos da sociedade que hoje se organizam por meio dessas redes têm mais poder de mobilização para debater essas propostas que os próprios partidos políticos.
"Os partidos, ao longo do tempo, foram se transformando em máquinas para discutir o Poder pelo Poder. As redes sociais se constituem em grande força, algumas entidades têm muito mais força de mobilização que os partidos", disse a senadora.
Sobre ética na política e corrupção, a candidata defendeu o aperfeiçoamento dos mecanismos de Estado para que se possa corrigir eventuais desvios de conduta. Ela ressaltou que a corrupção, no Brasil, "virou um fator de destruição", que já consome quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Durante todo este processo tenho dito que é fundamental se ter instituições virtuosas para corrigir desvios pessoais. Não podemos depender da virtude das pessoas. Esse é o princípio da lei", afirmou Marina.
Perguntada sobre a obrigatoriedade do voto, a candidata defendeu esse mecanismo. A seu ver, o eleitor, caso não queira participar das eleições, tem o direito de comparecer na Justiça Eleitoral e justificar a sua opção. Marina tem a preocupação que o recrutamento de eleitores pelos partidos acabe por desvirtuar a representatividade da vontade do povo, caso se adote o princípio do voto opcional.
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