Marina Silva: "um leilão que só tem uma proposta, a gente fica na dúvida se de fato foi um leilão", disse (José Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2013 às 23h02.
São Paulo - A ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que sobraram muitas dúvidas quanto ao leilão de Libra realizado nesta segunda-feira, 21. Sem concorrência, o consórcio formado por Petrobrás, as chinesas CNOOC e CNPC, a francesa Total e anglo-holandesa Shell arrematou a área, com uma proposta de pagamento de 41,65% do lucro em óleo para a União.
"Um leilão que só tem uma proposta, a gente fica na dúvida se de fato foi um leilão", disse.
Marina também questionou em que área serão usados os R$ 15 bilhões que o governo ganhou com o leilão. "Esse recurso vai para onde? Vai para educação? Acho que não. Vai para fechar o superávit primário, já que o governo está tendo problema? Está tendo muitas interrogações", afirmou.
Conhecida por sua militância na causa ambiental, Marina disse, no entanto, que o "petróleo ainda é um mal necessário", pois não há fontes de energias renováveis suficientes para suprir a demanda atual: "Nossa matriz energética é baseada no uso de petróleo, carvão e gás. Hoje nós não temos como trocar essa fonte". Ela defendeu ainda investimentos em novas formas de produção de energia.
Marina foi a convidada do programa Roda Viva, da TV Cultura, para falar da sua recente filiação ao PSB e o apoio ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na corrida presidencial em 2014.
A ex-ministra voltou a defender que fez uma aliança programática com o PSB e que ainda não está definido se ela será a vice da chapa. Ela também afirmou que não houve erro de estratégia ao planejar a criação da Rede Sustentabilidade e voltou a culpar os cartórios pela rejeição do pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Marina também disse que as críticas que fez o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) deixar a aliança com o PSB não se estende ao agronegócio. Caiado é um dos líderes da bancada ruralista da Câmara. "Há agronegócio e agronegócio. Mas é claro que existem aqueles que fazem questão de manter o olho no retrovisor para o século 19", afirma.