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Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2011 às 09h42.
São Paulo - O funcionário público da Receita Federal Luís Hayakawo, de 37 anos, marido da professora que foi atingida por um tiro dado por seu aluno de 10 anos que depois se suicidou, disse que a esposa já havia comentado com sobre o garoto. "Ela dizia que o menino fazia brincadeiras violentas com os colegas, respondia de forma malcriada. E falou isso para a direção da escola. Acreditava que não devia estudar ali, mas em uma escola especial", afirmou. Preocupado com as constantes reclamações da esposa sobre o ambiente na escola, Hayakawo vinha tentando convencê-la a mudar de emprego. "Mas professor só dá aula no amor mesmo e ela ama dar aula."
O crime ocorreu na Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul. O secretário de Segurança de São Caetano, Moacir Rodrigues, negou que essa desavença existisse. Outros alunos também fizeram relatos diferentes. Da mesma maneira, não havia nenhuma informação de que o menino sofresse bullying ou tivesse feito ameaças à professora, a funcionários ou a colegas. "Só sabemos, por enquanto, que não gostava da professora. Mas isso não é motivo para levar uma arma para escola e atirar em alguém", afirmou Rodrigues.
Ainda assim, de acordo com colegas e funcionários da escola, o menino era estudioso, inteligente e calmo. Não havia nenhuma queixa contra ele na secretaria - nem por parte de seus colegas ou pais. Em plena sala de aula, Rosileide Queiros de Oliveira, de 38 anos, levou um tiro na região posterior do lado esquerdo, na altura do quadril, e sofreu uma fratura na patela direita. Levada ao Hospital das Clínicas, na zona oeste da capital, seu estado de saúde era moderado e ela passaria ontem por uma tomografia para verificar se havia necessidade de retirar a bala. O menino foi levado ao Hospital Albert Sabin, onde morreu após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias.
Algumas testemunhas disseram que o menino de 10 anos era estudioso, calmo, sem nenhum registro de violência ou bullying. Para cometer o crime, ele usou a arma do pai, um guarda civil metropolitano com 14 anos de corporação. Após atirar na professora pelas costas, ele saiu da sala e se suicidou com dois tiros na cabeça. Os motivos que levaram ao crime ainda são investigados.
Os tiros foram ouvidos logo após um dos intervalos do turno da tarde, às 16h50. Os estudantes de algumas turmas ainda se dirigiam para as salas quando David Mota Nogueira, de 10 anos, aluno do 4.º ano C, se levantou, sem nenhum aviso, e apontou a arma para a professora. Em seguida, atirou. Para desespero dos 24 colegas de sala, saiu na sequência e deu dois tiros na cabeça. O menino foi levado ao Hospital Albert Sabin, onde morreu após sofrer duas paradas cardiorrespiratórias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.