Marcos Valério: para fazer a delação premiada, o publicitário pede para ser transferido para o presídio da Associação de Proteção aos Condenados (Apac), em Santa Luzia (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 17 de junho de 2016 às 14h01.
Belo Horizonte - O publicitário Marcos Valério apresentou ontem (16) ao Ministério Público de Minas Gerais proposta de colaboração com a Justiça na Ação Penal 536, processo conhecido como mensalão mineiro, que envolve um esquema para beneficiar a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais em 1998.
Atualmente, Marcos Valério cumpre pena de 37 anos pelos crimes julgados na Ação Penal 470, o processo do mensalão, no qual foram condenados políticos do PT, PMDB, PP, PTB e do extinto PL.
Valério foi preso pelos crimes de corrupção ativa, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Para fazer a delação premiada, o publicitário pede para ser transferido para o presídio da Associação de Proteção aos Condenados (Apac), em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Desde 2013, Marcos Valério cumpre pena na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, também na região metropolitana da capital mineira. Antes, ele ficou um período no Presídio da Papuda, no Distrito Federal.
O mensalão mineiro envolve denúncias de peculato e lavagem de dinheiro durante a campanha à reeleição do então governador mineiro Eduardo Azeredo em 1998.
Um dos fundadores do PSDB e ex-presidente da legenda, Azeredo já foi condenado em primeira instância à pena de 20 anos e 10 meses de prisão. Ele entrou com recurso no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e aguarda o julgamento em liberdade.
Assim como na Ação Penal 470, Marcos Valério é réu no processo do mensalão mineiro porque teria atuado como operador deste esquema.
Com a delação, o publicitário espera conseguir, além da transferência de unidade prisional, redução da pena neste processo.
O Ministério Público de Minas Gerais informa que a proposta foi recebida e ainda será analisada. O advogado Jean Robert Kobayashi Júnior, responsável pelo pedido de Marcos Valério, não foi localizado pela Agência Brasil para comentar o pedido.