CPI do Carf: "Já que o senhor não quer falar, acene com a cabeça", pediu o deputado (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 17 de maio de 2016 às 13h54.
Seguindo a orientação de seu advogado no sentido de se manter em silêncio durante a audiência pública de hoje (17), na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga esquema de venda de sentenças no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o advogado Mauro Marcondes Machado, da Marcondes & Mautoni (M&M), fez um aceno com a cabeça para confirmar que sofreu ameaça do lobista e advogado Halysson Carvalho Silva.
O gesto foi uma resposta à indagação do deputado Izalci (PSDB-DF).
"Já que o senhor não quer falar, acene com a cabeça", pediu o deputado.
Halysson foi condenado em março pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira a 4 anos e 3 meses de reclusão em regime semi-aberto por crime de extorsão.
O lobista foi denunciado em novembro de 2015 pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Zelotes.
De acordo com as investigações, a extorsão foi feita após o grupo Caoa (do setor automobilístico) ter se recusado a pagar parte do acertado em negociação para aprovação da Medida Provisória 471, que beneficiou o setor automobilístico.
Ainda segundo os investigadores, Mauro Marcondes teria se recusado a repassar parte do que era devido à empresa SGR Consultoria Empresarial, que passou a ter dificuldades financeiras para pagar seus compromissos.
Halysson Silva foi então contratado pela SGR para ameaçar Marcondes.
Na audiência de hoje, a CPI do Carf ouviria também, além de Mauro Marcondes, sua esposa e sócia na empresa na M&M, Cristina Mautoni Marcondes, que apresentou um atestado médico e não compareceu. Mauro Marcondes foi à audiência respaldado por habeas corpus.
Ao ser informado da ausência da advogada, o presidente da sessão, Pedro Fernandes (PTB-MA), remarcou seu depoimento para o dia 2 de junho, “sem possibilidade de prorrogação”.