Maia: O deputado foi alvo na manhã de hoje de um mandato de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal (José Cruz/ABr/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 20h54.
O deputado Marco Maia (PT-RS), ex-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, instalada em 2014, usou na tarde de hoje (5) as redes sociais para posicionar-se em relação ao parecer que apresentou à CPMI.
O deputado foi alvo na manhã de hoje de um mandato de busca e apreensão, cumprido pela Polícia Federal, para investigar se ele teria solicitado a empresários contribuição financeira para que não fossem convocados a prestar depoimento na comissão.
Maia argumentou que em nenhum momento atuou para "livrar, privilegiar ou proteger algum dos investigados". Segundo ele, seu parecer recomendou o indiciamento de 53 pessoas e propôs ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a investigação de 20 empresas suspeitas de formação de cartel.
Ao condenar a ação da PF, Maia disse que até hoje não foi chamado para defender-se das acusações feitas contra ele em processo investigativo aberto em maio passado.
Ainda de acordo com o ex-presidente da Câmara, a ação se deu com "total despropósito" uma vez que ele sempre esteve à disposição das investigações.
Segundo ele, a ação ocorreu num contexto de "espetacularização e pirotecnia" em cima de fatos que não encontram respaldos.
De acordo com Maia, as "ilações forjadas" por delatores da Operação Lava Jato - que o acusaram de blindar investigados - são uma maneira de retaliação e de vingança por ele não ter cedido às pressões. Entre os delatores ele citou o ex-senador Delcídio do Amaral.
"Eu recebi ligações de Delcídio tentando proteger o investigado Nestor Cerveró. Eu disse para ele, com muita firmeza, que isso não seria possível porque iríamos produzir um relatório baseado nas investigações, e todos aqueles que devessem ser punidos seriam indiciados", disse.
Maia acrescentou: "Ele [Delcídio] é um grande mentiroso, sem caráter, que trouxe o meu nome eivado de mágoas, porque a CPMI de 2014 foi a primeira a produzir o indiciamento do seu protegido, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Até então, Cerveró não tinha sido tratado como investigado por parte de nenhuma instância, nem pelo Ministério Público Federal, nem pela Polícia Federal".
Em relação às acusações feitas pelo delator Júlio Camargo, da Toyo Setal, Marco Maia disse que ele "mentiu descaradamente" nas acusações que fez ao afirmar que se reuniu com ele [Maia] em Brasília na casa de uma irmã do parlamentar.
"Não tenho irmã, possuo apenas dois irmãos. Portanto, essa irmã não poderia ter propriedade no Lago Sul, e eu não poderia ter me reunido com esse cidadão na casa da minha irmã", disse. Maia informou que Camargo foi um dos indiciados no seu relatório na CPMI.
Segundo Maia, a PF e o Ministério Público deram seguimento a fatos sem embasamento. Ele disse, ainda, que todas as informações sobre seu patrimônio constam na sua declaração de imposto de renda e que não tem contas na Suíça ou patrimônio a esconder.
A Polícia Federal (PF) cumpriu mandados judiciais em Brasília, na Paraíba e no Rio Grande do Sul em endereços pessoais, funcionais e empresariais relacionados ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Marco Maia (PT-RS) e ao ex-senador e ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo, relator e presidente, respectivamente, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, instalada em 2014.
A chamada Operação Deflexão cumpriu nove mandados expedidos pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, referentes ao Inquérito 4.261 instaurado no âmbito da Operação Lava Jato. A ação teve apoio do Ministério Público Federal e da Receita Federal.