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Marco Aurélio: Tendência é discutir liminar contra prisão em 2ª instância

Ministro disse que pedido de medida cautelar para permitir execução provisória de pena após decisão do STJ deve ser levado a plenário da Corte no dia 11

Marco Aurélio Mello: "Quarta-feira, claro, a tendência é trazer a liminar, ante o fato novo, o contexto é outro" (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Marco Aurélio Mello: "Quarta-feira, claro, a tendência é trazer a liminar, ante o fato novo, o contexto é outro" (Antônio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de abril de 2018 às 19h35.

O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira, 5, que a tendência é levar ao plenário da Corte, na próxima sessão plenária, o pedido de medida cautelar apresentado por advogados do Partido Ecológico Nacional (PEN) para permitir a execução provisória de pena, como a prisão, apenas depois de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Caso a medida cautelar seja concedida, beneficiaria o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A próxima sessão plenária do STF está marcada para quarta-feira, dia 11 de abril. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, resiste a levar ao plenário da Corte o julgamento do mérito de duas ações de relatoria do ministro Marco Aurélio que discutem a questão da prisão após condenação em segunda instância de uma forma ampla e abrangente.

Advogados do PEN, capitaneados pelo criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, pediram nesta quinta-feira ao STF uma medida cautelar para permitir a execução provisória de pena, como a prisão, após uma decisão do STJ, tese defendida pelos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli no julgamento do habeas corpus de Lula.

Eles destacam que no julgamento do habeas corpus de Lula, que só terminou na madrugada desta quinta-feira, a ministra Rosa Weber - que determinou o resultado desfavorável ao ex-presidente - entendeu que se deveria prestigiar a jurisprudência atual da Corte, favorável à possibilidade de execução, independentemente de sua posição pessoal ao tema. Em outubro de 2016, Rosa foi contra a prisão após condenação em segunda instância.

De acordo com o PEN, o julgamento de Lula acabou gerando uma situação de perplexidade, já que a rejeição aos pedidos de Lula "não representou a visão majoritária do plenário da Corte"

Tendência - Ao final da sessão desta quinta-feira, Marco Aurélio foi questionado sobre a previsão de levar o pedido de medida cautelar para análise dos 11 integrantes da Corte. "Quarta-feira, claro, a tendência é trazer a liminar, ante o fato novo, o contexto é outro", disse o ministro.

Marco Aurélio afirmou que, seguindo a tendência de levar o pedido ao plenário, submeterá o processo em mesa. Assim, a votação seria realizada no mesmo momento, para o plenário deferir ou não o pedido de medida cautelar apresentado pelo PEN.

"A cautelar penso que hoje ante contexto é mais fácil vir lograr 6 votos contando com voto do ministro Gilmar e com voto de Rosa Weber (que na sessão em que julgou o habeas corpus de Lula ressaltou que respeitava a atual jurisprudência da Corte, favorável à possibilidade da prisão)", comentou o ministro.

O ministro disse que a peça dos advogados do PEN está "muito bem redigida". "Vamos esperar um pouquinho, tudo na sua hora", desconversou Marco Aurélio. (Amanda Pupo e Rafael Moraes Moura)

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