Lula: "Ele me representava junto aos movimentos sociais" (Paulo Whitaker/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de julho de 2017 às 17h32.
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, 21, durante o velório do ex-assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República Marco Aurélio Garcia, que o petista pode até não ter ocupado o cargo de ministro das Relações Exteriores, mas foi "mais que um chanceler".
"O Marco Aurélio representava os partidos de esquerda quando o Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores no governo Lula não tinha acesso. Ele me representava junto aos movimentos sociais, ao que o Celso não tinha acesso, me representa junto ao movimento sindical, aos partidos de esquerda e ainda disputava com o Celso a primazia de agradar os governantes do mundo inteiro", disse Lula, emocionado.
Com a voz embargada, o ex-presidente afirmou ainda que vários dos mais importantes chefes de Estado do mundo tinham simpatia por Garcia, como Barack Obama, Angela Merkel e Vladimir Putin.
"E o Marco Aurélio não precisava falar que estava falando em meu nome. As pessoas sabiam que quem falava em nome do Brasil era o Celso Amorim e que quem falava em nome do Lula, em nome do PT e pela periferia era o companheiro Marco Aurélio Garcia".
Ao final de sua homenagem ao intelectual, que morreu nesta quinta-feira, 20, em São Paulo, vitimado por um ataque cardíaco fulminante, o ex-presidente disse que "a carne se vai, masas ideias, o humor e a beleza política continuam".