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Crivella assume a prefeitura do Rio e diz que "é proibido gastar"

Pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella prometeu governar sem distinção de religião e para um Rio menos violento

O prefeito eleito, Marcelo Crivella, recebe o cargo do ex-prefeito Eduardo Paes no Palácio da Cidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

O prefeito eleito, Marcelo Crivella, recebe o cargo do ex-prefeito Eduardo Paes no Palácio da Cidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)

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AFP

Publicado em 2 de janeiro de 2017 às 08h32.

Última atualização em 2 de janeiro de 2017 às 08h32.

O ex-senador e bispo evangélico licenciado Marcelo Crivella assumiu, neste domingo, o comando da cidade do Rio de Janeiro, que atualmente vive uma difícil situação econômica.

Assim com ele, mais de cinco mil novos prefeitos tomam posse em todo o Brasil, marcando a ascensão da direita no país.

Após os fogos de artifício para marcar a virada do ano - encurtados pela crise - a Cidade Maravilhosa entra em 2017 afundada economicamente e aguardando os planos de austeridade promovidos pelo pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, de 59 anos, que prometeu governar sem distinção de religião e para um Rio menos violento.

"A ordem é a seguinte: é proibido gastar", afirmou o novo prefeito ao assumir o cargo.

"O país está em crise. O Rio de Janeiro está em crise. (...) É tempo de cautela", acrescentou Crivella, em um discurso repleto de referências a Deus.

Crivella afirmou que assume sua posição "com fé e sem medo" e, já em seu primeiro dia, publicou dezenas de decretos que determinam a criação, nos próximos meses, de planos para melhorar os serviços de saúde, segurança e educação.

"Não serei o prefeito das ilusões", advertiu.

Ascensão da direita

Neste domingo, em São Paulo, também começa uma nova etapa sob o governo do empresário e ex-apresentador de televisão João Doria, que impediu com folga no primeiro turno a reeleição de Fernando Haddad (PT).

A esquerda e o PT sofreram uma enorme derrota nas eleições municipais de outubro, um primeiro teste nas urnas para o governo de Michel Temer após o impeachment de Dilma Rousseff.

O partido que governou o Brasil durante 13 anos ficou apenas com uma capital das quatro que tinha - Rio Branco (Acre) - e perdeu mais de dois terços de suas prefeituras.

O novo mapa municipal brasileiro reforçou o PMDB e seus aliados, que vivem cercados por escândalos de corrupção e levam adiante um ajuste fiscal para recuperar a confiança dos investidores e reverter a recessão econômica.

A corrupção, de fato, também teve seus efeitos na esfera municipal: após as eleições de outubro, 145 candidatos de todo o país foram rejeitados pela Justiça Eleitoral, apesar de na metade do mês este número ter caído para 90.

No município de Osasco, em São Paulo, o prefeito eleito Rogério Lins - que já era vereador - passou alguns dias preso acusado de contratar funcionários fantasma, mas foi libertado para poder assumir como prefeito em troca de pagar uma fiança.

Enquanto isso, em Ribeirão Preto houve um vácuo de poder momentâneo, pois a prefeita Darcy Vera deixou seu posto no início de dezembro, investigada em uma operação anti-corrupção e, somente dias depois, foi substituída de maneira interina.

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