Brasil

Maranhão pede desculpas em reunião da Mesa Diretora

Maranhão chegou ao gabinete com uma carta e um pedido de desculpas aos parlamentares, fazendo um mea-culpa pela anulação (e posterior reversão) do impeachment


	Maranhão: o presidente chegou ao gabinete com uma carta e um pedido de desculpas aos parlamentares, fazendo um mea-culpa pela anulação (e posterior reversão) do impeachment
 (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Maranhão: o presidente chegou ao gabinete com uma carta e um pedido de desculpas aos parlamentares, fazendo um mea-culpa pela anulação (e posterior reversão) do impeachment (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2016 às 16h25.

Brasília - O presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), começou a reunião da Mesa Diretora da Casa, que ocorre semanalmente às terças-feiras, de uma maneira inusitada.

Maranhão chegou ao gabinete da presidência com uma carta e um pedido de desculpas aos parlamentares, fazendo um mea-culpa pela anulação (e posterior reversão) do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Os membros da Mesa já estavam preparados para pressionar o deputado a renunciar ao cargo. Alguns deputados que participaram do encontro afirmaram que ele foi "bombardeado" durante a conversa.

Após a investida, Maranhão se comprometeu a dar uma resposta sobre a sua permanência ou não na presidência até amanhã. Nesta quarta, inclusive, ele disse ao seu partido, o PP, que anunciará a sua posição até às 10 horas.

Enquanto isso, o segundo vice-líder da Câmara, Fernando Giacobo (PR-PR), já se coloca como novo presidente interino, no lugar de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está suspenso.

Giacobo declarou, após o encontro, que tem o apoio de todos os membros titulares da Mesa, já que a "sugestão" pela renúncia ou o afastamento de Maranhão foi unânime, com a consciência de que ele seria o próximo na linha sucessória.

Caso Maranhão não queira renunciar, os deputados da Mesa sugeriram que ele peça o seu afastamento do mandato de deputado federal por 120 dias, prazo máximo estabelecido pelo regimento para um parlamentar se ausentar da Câmara.

Enquanto isso, acreditam, a situação de Cunha já teria sido resolvida e um novo presidente seria designado pela Casa. "Em 120 dias muitas coisas vão acontecer", afirmou Giacobo.

Questionado pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que é suplente da Mesa, sobre a razão de o colegiado não ter agido da mesma forma contra atos irregulares de Cunha, Giacobo afirmou que "não se deve cometer um erro duas vezes" e que é preciso "aprender com o passado".

O líder do PSOL na Casa, Ivan Valente (SP), disse que o partido não irá apoiar o afastamento de Maranhão, pois, antes de convocar novas eleições para a vice-presidência da Câmara, é preciso resolver a situação da presidência e dar sequência ao processo de Cunha no Conselho de Ética.

"Agora vai entrar um segundo vice? Aonde vamos parar", questionou. Valente acusou os parlamentares de não terem pedido o afastamento de Cunha antes por ele representar uma ameaça a diversos políticos, entre eles o vice-presidente da República Michel Temer.

Mais cedo, o presidente do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), afirmou que, caso a oposição não consiga convencer Maranhão a abdicar do cargo, eles devem recorrer ao plenário da Câmara, em ato inédito.

As siglas que apoiam o impeachment da presidente Dilma Rousseff pretendem sinalizar a Maranhão que "ninguém mais vai trabalhar com ele na Casa".

"O momento pede cautela e precisamos ter um presidente à altura. Ninguém aguenta mais e não vamos tocar a Casa com um presidente pirado", disse Paulinho.

O presidente do Solidariedade afirmou ainda que Maranhão demonstrou ser "bipolar" ao mudar de ideia sobre a anulação do processo de impeachment.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosDilma RousseffImpeachmentPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Brasil

Prefeitura de SP faz projeção de imagens em homenagem ao Papa Francisco

'Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula', diz deputado ao recusar cargo de ministro

Lula, Bolsonaro, Tarcísio, Michelle e Ciro: Paraná Pesquisas simula cenários das eleições de 2026