Guido Mantega, ministro da Fazenda: para ele, resultado brasileiro de grande crescimento com inflação próxima da meta é incomum no país (Arquivo/ABr)
Da Redação
Publicado em 3 de setembro de 2010 às 15h56.
São Paulo - A valorização recente do real, que alcançou nesta sexta-feira o menor nível do ano ante o dólar, é "passageira" por conta da oferta de ações da Petrobras e será enfrentada pelo governo, disse a jornalistas o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Sobre o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, Mantega afirmou que o número garante crescimento de 7 por cento ou mais em 2010.
Nesta sexta-feira, o dólar caía 0,40 por cento, a 1,725 real. Na mínima do dia, a 1,717 real, a taxa de câmbio recuou ao menor nível desde dezembro do ano passado.
"Como estamos na proximidade da capitalização, acredito que está interferindo no câmbio nos últimos dias ou últimas semanas. Esse processo é passageiro e o governo pretende agir fortemente", disse em teleconferência.
Segundo o ministro, após o efeito pontual da Petrobras, a tendência é que haja uma desvalorização do real, na medida em que as transações correntes do país têm se deteriorado.
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p class="pagina">Mantega aproveitou a teleconferência para comemorar a expansão do país. "Teremos este ano um resultado talvez incomum na economia brasileira, com taxa de crescimento elevado porém com uma inflação muito próxima do centro da meta", comemorou.
Por conta disso, o ministro afirmou não ver necessidade de mais medidas para desacelerar a economia por parte do governo.
"A demanda e o nível de atividade já estão se desacelerando a partir do segundo trimestre de 2010, o que significa que entraremos em 2011 com crescimento menor que 7 por cento", argumentou.
Além do crescimento robusto, Mantega vê também uma situação fiscal sólida, que dispensa ajustes fiscais.
"De fato, deve haver grande preocupação em fazer ajuste fiscal nos Estados Unidos, nos países da União Europeia e outros que estão com déficit fiscal elevado. Não é o caso do Brasil, onde nosso déficit é um dos menores do G20."
"A situação fiscal do Brasil deverá ficar cada vez mais sólida nos próximos anos, à medida que também teremos a entrada dos recursos do pré-sal."
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