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Mantega sinaliza novas medidas para conter câmbio

Entre as medidas apontadas estão a limitação de exposição a risco e também de alavancagem das empresas no mercado futuro

O ministro da Fazenda, Guido Mantega (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega (Arquivo/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2010 às 17h55.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou que o governo adotará novas medidas para conter a valorização do real frente ao dólar. Entre as medidas apontadas por Mantega estão a limitação de exposição a risco e também de alavancagem das empresas nas operações do mercado futuro. A afirmação foi feita em entrevista à GloboNews.

Mantega disse que o governo está "particularmente atento"para as operações do mercado futuro. "Não se preocupem, porque nós temos as armas", afirmou.

O ministro admitiu que o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as aplicações de investidores estrangeiros em renda fixa não surtiu o efeito esperado. "O governo está atento, tomaremos todas as medidas para impedir abusos no Brasil", afirmou.

Mantega disse que o objetivo do governo é impedir a volatilidade do câmbio. O ministro manifestou preocupação com o mercado futuro, porque, segundo ele, nessas operações os investidores podem fazer grande volume de operações com pouco dinheiro. Segundo ele, a alavancagem é alta e, "por isso assusta". A título de exemplo citou que com R$ 10 bilhões é possível fazer operações de até R$ 100 bilhões.

O ministro afirmou ainda que o governo não tem como aplicar o IOF nas operações de derivativos feitas no mercado futuro. "Infelizmente não podemos aplicar IOF em derivativos". Mas em seguida avisou: "Mas temos outros instrumentos: limitar exposição a risco e limitar a alavancagem das empresas", afirmou Mantega. O ministro disse que não acredita que esteja havendo uma bolha no mercado acionário brasileiro.

Reservas internacionais

Mantega avaliou ainda que o Brasil caminha rapidamente para ter um volume de reservas internacionais de US$ 300 bilhões. Ele voltou a defender a política adotada pelo governo de acumulação das reserva, por meio de compra de dólares no mercado a vista.

Ao ser questionado sobre o custo fiscal dessas políticas, o ministro respondeu: "Nós temos um custo de fato, mas é melhor pagar este custo do que ter uma economia mais vulnerável". Ele avaliou ainda que essa política de acomodação de reservas é segura e deu certo na crise financeira internacional. "E hoje, o Brasil caminha para ser uma das economias com maior reserva do mundo. Já estamos com mais de US$ 280 bilhões de dólares. Vamos chegar rapidamente a US$ 30 bilhões.

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