Guido Mantega prevê um crescimento do país entre 7,6% e 7,8% (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2010 às 14h19.
São Paulo - A volatilidade no câmbio internacional deve seguir elevada nos próximos meses, devido à crise na zona do euro, mas o governo brasileiro está pronto pra tomar novas medidas que impeçam nova valorização do real, disse nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
"Com a Europa ainda sob estresse, prevemos que continuaremos tendo problemas de guerra cambial", afirmou ele em teleconferência com jornalistas. Segundo Mantega, o governo adotará medidas "caso haja alguma nova valorização do real".
Ele também culpou o câmbio e o cenário externo pelo aumento das importações do Brasil, um dos motivos para a desaceleração do crescimento econômico no terceiro trimestre, segundo dados divulgados nesta manhã.
O movimento das importações em 2010 "deve-se ao desequilíbrio do crescimento do Brasil e do baixo crescimento de outros países", afirmou o ministro, acrescentando que a alta de outros moedas também contribuiu para esse aumento.
Ao comentar o dado do PIB --que cresceu 0,5 por cento no terceiro trimestre ante os três meses anteriores e 6,7 por cento ano a ano, ambas as taxas inferiores ao segundo trimestre--, Mantega disse prever uma aceleração no quarto trimestre, para expansão de 1 por cento.
Ele também disse prever um crescimento de 7,6 a 7,8 por cento no ano como um todo, classificando a performance como um "crescimento sustentado porque se dá com inflação dentro da meta e contas fiscais controladas". Pela manhã, ele havia dito que a estimativa para o ano era entre 7,5 e 8 por cento.
Para 2011, ele reiterou a expectativa de um avanço de 5 por cento e voltou a dizer que o governo está preparando medidas para estimular o crédito privado, que no ano que vem deverá substituir parte do crédito público, que foi aumentado durante a crise financeira mundial.
O ministro também descartou a existência de bolhas na economia brasileira e previu que a dívida pública brasileira cairá a de 38 a 39 por cento do PIB em 2011.