Estratégia de Renan e Jucá para antecipar sabatina de Alexandre de Moraes não foi bem recebida no Planalto (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Marcelo Ribeiro
Publicado em 15 de fevereiro de 2017 às 13h31.
Última atualização em 15 de fevereiro de 2017 às 16h22.
Brasília - O presidente Michel Temer (PMDB) não gostou nada da manobra dos senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) de tentar dar celeridade à aprovação do ministro licenciado Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Renan, que é líder do PMDB no Senado, e Jucá, líder do governo na Casa, tentaram antecipar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a sabatina de Moraes para esta quarta-feira (15). Jucá defendeu, com base em casos anteriores, que a sabatina fosse realizada em 24 horas. De acordo com o regimento, é necessário um intervalo de cinco dias úteis entre a apresentação do parecer do relator Eduardo Braga (PMDB-AM) e o interrogatório do ministro licenciado.
O tiro de Renan e Jucá saiu pela culatra. O vice-presidente da CCJ Antônio Anastasia (PSDB-MG) manteve o prazo e disse que o intervalo entre a leitura do relatório sobre o indicado e a sabatina não serve apenas para os senadores, mas também para que a população tenha oportunidade de conhecer melhor o currículo e os posicionamentos do candidato a ministro do Supremo. A sabatina está marcada para a próxima terça-feira (21).
Auxiliares de Temer afirmaram a EXAME.com que o presidente classificou a manobras dos aliados como desnecessária.
“Foi um movimento precipitado de Renan e Jucá. Tentaram mostrar serviço ao futuro ministro do STF. Isso pode ser visto com uma tentativa de de neutralizar Moraes em futuros julgamentos do STF. Essa manobra só prejudicou Moraes, pois não havia amparo regimental que permitisse a antecipação da sabatina”, avaliou um interlocutor do presidente.