Brasil

Manifesto de Alckmin oficializa aliança com Centrão e debate fisiologismo

Para justificar a adesão de PR, DEM, PP, SD e PRB à sua chapa, o tucano vai dizer que alianças servem para "tirar o país do buraco"

Gerlado Alckmin: ex-governador e pré-candidato do PSDB à Presidência vai anunciar hoje oficialmente, em Brasília, a entrada dos partidos do Centrão na sua coligação (Ueslei Marcelino/Reuters)

Gerlado Alckmin: ex-governador e pré-candidato do PSDB à Presidência vai anunciar hoje oficialmente, em Brasília, a entrada dos partidos do Centrão na sua coligação (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de julho de 2018 às 09h50.

Última atualização em 26 de julho de 2018 às 09h51.

São Paulo - O ex-governador Geraldo Alckmin, pré-candidato do PSDB à Presidência, vai anunciar hoje oficialmente, em Brasília, a entrada dos partidos do Centrão na sua coligação com um discurso formatado para se contrapor às críticas de adversários de que o acordo é fisiológico.

Para justificar a adesão de PR, DEM, PP, SD e PRB à sua chapa, o tucano vai dizer que alianças não servem apenas para o fisiologismo, mas para "tirar o país do buraco". Ele pretende citar o processo de redemocratização, o Plano Real e a Constituinte como exemplos de momentos históricos que só foram possíveis garças à formação de coalizões.

Após selar o acordo com o Centrão, Alckmin passou a ser alvo de adversários. A expectativa no entorno do ex-governador é que esse tema seja recorrente na campanha, mas a avaliação é que o tempo de TV conquistado compense o desgaste. Os tucanos acreditam ainda que o debate sobre fisiologismo tem alcance limitado e não tem potencial para a contaminar a campanha.

Uma das críticas veio de Marina Silva, pré-candidata da Rede ao Palácio do Planalto. "O condomínio do Alckmin é agora o condomínio que era da Dilma em 2014", afirmou ela nesta terça-feira, 24.

O discurso de hoje também deve ser marcado por um tom conciliador. O tucano vai pregar que não há mais "vermelho e azul" na política (numa referência às cores usadas por PT e PSDB) e que ninguém mais quer saber do passado, mas olhar para o futuro. Outro eixo do discurso será a economia. O pré-candidato deve dizer que as políticas sociais serão mantidas e ampliadas, e que a política de geração de emprego e renda será sua principal política social.

Manifesto

A campanha de Alckmin chancelou nesta quarta-feira, 25, o texto de um manifesto elaborado pelo economista Roberto Giannetti da Fonseca que servirá como base programática da aliança.

Anunciado como um "compromisso" da coligação de partidos da "Força Centro-Democrática", o texto diz que o sistema de metas de inflação e a autonomia operacional do Banco Central para fixar a taxa de juros e observar as livres oscilações do câmbio provaram ser eficientes. O manifesto promete ainda "ampliar e aprimorar" as políticas sociais existentes, inclusive transformando o programa Bolsa Família em "política de Estado e não de Governo.

"O contraponto do programa Bolsa Família será o programa de geração de empregos, que proporcionará segurança e dignidade para os chefes de família por todo Brasil", diz o texto.

O documento também promete "combate implacável" ao crime organizado e aos crimes de violência urbana e rural.

Sem mudança

Coordenador do programa de governo do pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, o cientista político Luiz Felipe d'Avila disse que o documento já está praticamente pronto e que não haverá mudanças nas diretrizes devido ao apoio dos partidos do Centrão.

"Dificilmente haverá alguma discussão questionando as diretrizes. Não acho que haverá grandes mudanças nas diretrizes gerais", afirmou. A ideia do PSDB era lançar o programa no dia 5 de agosto, data da convenção tucana. Mas o partido pode rever esse cronograma para submeter antes o texto aos dirigentes das legendas da coligação.

"É muito importante a participação dos partidos da aliança na definição das metas dessas diretrizes, mas isso será o segundo momento, quando a campanha já tiver começado. Ninguém dos partidos é contra a reforma da previdência. Essa é uma diretriz geral. Mas qual será reforma? Vamos ouvir todos", afirmou.

Outro debate entre as siglas do Centrão e o PSDB que começa a partir de hoje é sobre o nome do coordenador político da campanha. Por pressão do DEM, o atual responsável pela área, o senador Marconi Perillo (GO), deve ser substituído.

Um nome lembrado para assumir o posto é o ministro da Comunicações, Gilberto Kassab, presidente do PSD.

Questionado sobre o perfil ideal do novo coordenador político, d'Avila não quis falar em nomes. "Seria importante que o coordenador da campanha fosse alguém que não vai disputar mandato. Seria algo muito difícil conciliar uma eleição com coordenação da campanha." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Democratas (DEM)Eleições 2018Geraldo AlckminPRB – Partido Republicano BrasileiroProgressistas (antigo PP)

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto