A Polícia usou bombas de gás lacrimogênio e gás pimenta para evitar a invasão de um dos prédios considerado símbolo de Brasília (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2013 às 21h42.
Brasília - Manifestantes tentaram invadir na noite desta quinta-feira o Palácio do Itamaraty, e chegaram a colocar fogo em uma das entradas da sede do Ministério das Relações Exteriores.
A Polícia usou bombas de gás lacrimogênio e gás pimenta para evitar a invasão de um dos prédios considerado símbolo de Brasília. O foco de incêndio foi rapidamente debelado.
Um forte contingente policial foi acionado na capital federal nesta quinta-feira, onde cerca de 30 mil manifestantes se concentraram em frente ao Congresso Nacional.
Mais cedo, a Polícia Militar do Distrito Federal e manifestantes entraram em confronto na Esplanada dos Ministérios. Os manifestantes tentavam invadir o prédio do Congresso e chegar à Praça dos Três Poderes, onde estão localizados o Palácio do Planalto e o Superior Tribunal Federal.
O Palácio do Planalto foi protegido pelo Batalhão de Choque do Exército e pela Guarda Presidencial, mas a multidão não conseguiu se aproximar do prédio. A presidente Dilma Rousseff, que cancelou uma viagem ao Japão para acompanhar de perto os protestos, deixou o Palácio do Planalto por volta das 20h30, sem se pronunciar sobre as manifestações desta quinta-feira.
Mais de meio milhão de pessoas tomaram as ruas dezenas cidades no país, dando continuidade a uma onda de protestos que começou por conta do aumento das passagens de transporte público em algumas capitais. Apesar de a maioria das prefeituras já terem revogado o aumento das tarifas, as manifestações continuam e a pauta de reivindicação foi ampliada.
Em Brasília, os manifestantes protestaram contra os elevados gastos para a realização da Copa do Mundo de futebol; pediram a renúncia do presidente do Senado e a não votação pelo Congresso de uma Proposta de Emenda à Constituição que restringe os poderes de investigação do Ministério Público, a chamada PEC 37.
No final da tarde, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a anunciar que se reuniria com um grupo de representantes dos protestos.
Um grupo de três jovens chegou a se apresentar no Senado para mediar as conversas, mas, segundo o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), eles não conseguiram articular o encontro. Segundo ele, as lideranças do Congresso estão dispostas a atender um grupo de manifestantes desde que eles representem a multidão.
As manifestações, que tem sido articuladas pela redes sociais, não têm uma liderança definida.