Protesto contra o governo na Avenida Paulista (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2015 às 14h41.
São Paulo - Apesar de marcada oficialmente para as 14h, a manifestação contra o governo, na Avenida Paulista, começou a concentrar participantes por volta das 11h30.
A concentração, como de outras vezes em que houve manifestação, em abril e março, começou em volta do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Os movimentos que lideram a iniciativa - Vem Pra Rua, Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, Revoltados Online e Movimento Brasil Livre, além da Força Sindical - defendem a saída da presidenta da República, divergindo, no entanto, quanto à forma. Há os que queiram impeachment, novas eleições ou intervenção militar.
Pelas redes sociais, a aliança dos movimentos democráticos informou que o ato decidirá qual a bandeira principal do movimento – se impeachment, renúncia ou cassação da presidenta. Já o Movimento Brasil Livre quer coletar, mais tarde, assinaturas para uma lista de dez pontos contra a corrupção.
Quem foi cedo à Paulista para protestar contra a atual política foi Angelica Lopes, de 50 anos, que se identificou como escritora e cabeleireira. Ela segurava uma faixa defendendo a intervenção militar. “Sou intervencionista. Tem que limpar tudo. Tem que tirar tudo. Os militares faziam coisas para durar. Hoje vivemos em um jogo político”, disse.
Um grupo de motociclistas foi à Paulista para participar da manifestação, tendo chegado antes do bloqueio do acesso à avenida e estacionou suas motos em frente ao Masp. Um deles, o comerciante Claudio de Moraes Sanches, de 68 anos, contou que estava ali por um país melhor.
“Hoje estou vendo se esse Brasil melhora, lutando pelo Brasil melhor. É o que estamos precisando. Chega de corrupção e roubalheira.” Ele completou que defende a intervenção militar, mas esclareceu que não é a favor da ditadura. “O pessoal confunde intervenção com ditadura. Intervenção, para moralizar com eleições diretas para os novos governantes”, explicou.
O italiano Fabrizio Staraze, de 39 anos, que mora no Brasil há um ano, é instalador de sinos e resolveu passar pela Paulista para ver o movimento e esclareceu que não estava ali para protestar. “O protesto é bom para estimular um pouco o governo para que ele se dê conta que o povo não é imbecil. É bom a pessoa ser ativa”, observou.
O ato também atraiu muitos vendedores ambulantes, como Francisco Chagas, de 60 anos, que oferecia bandeiras e cornetas. Na manifestação anterior, em abril, Chagas disse que vendeu R$ 800 em produtos. Ele usava uma camiseta amarela, mas disse que não tem motivo algum para se manifestar contra o governo de Dilma. “Não tenho nada contra a Dilma. Para mim dará tudo igual [ela saindo ou não]”, disse.
Segurança
A Polícia Militar reforçou a segurança para o evento e disse que os carros de som serão vistoriados. O número de policiais que farão a segurança não foi dado pelo órgão, que também não deve mais informar a estimativa do número de manifestantes.