Manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro em Porto Alegre (RS): manifestantes se reuniram em várias cidades do Brasil (Diego Vara/Reuters)
Da redação, com agências
Publicado em 3 de julho de 2021 às 12h08.
Última atualização em 3 de julho de 2021 às 15h21.
Manifestantes em diferentes cidades vão às ruas neste sábado, 3, protestar a favor das vacinas e do auxílio emergencial e contra o presidente Jair Bolsonaro. Entre as cidades em que os atos ocorrem hoje, estão: São Luís do Maranhão, Belo Horizonte, Recife, Teresina, Rio de Janeiro, Porto Velho, São Paulo (capital e cidades do interior) e Maceió.
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No Rio de Janeiro, segundo o Estadão, o movimento tem apoio de partidos de oposição ao governo, como PT, PDT, PCdoB, PSOL e PCB. Centrais sindicais também estão presentes, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). Os participantes exibem ainda cartazes e faixa em referência a diversos movimentos, como negro, feminista e LGBT. A expectativa dos organizadores é começar uma caminhada pela Presidente Vargas por volta das 11h, em direção à igreja da Candelária, onde o ato será encerrado com discursos.
Em Recife, o ato também foi convocado por movimentos sociais e estudantis, partidos e centrais sindicais.
No interior de São Paulo, as cidades de Bauru, Piracicaba, Sorocaba e Jundiaí já realizaram os atos neste sábado, segundo o G1. Os grupos também pediam a saída de Jair Bolsonaro do cargo e, além da pandemia, destacaram a luta dos indígenas pela demarcação de terras.
Na capital paulista, a novidade é a adesão do PSDB ao ato deste sábado. “Nosso líder Bruno Covas disse que restariam poucos dias para o obscurantismo e o negacionismo e, para que isso se concretize, é necessário que todos os que são a favor da democracia e principalmente da vida se unam contra um governo que coloca o brasileiro a venda por 1 dólar“, escreveu o presidente do diretório municipal do PSDB na capital paulista, Fernando Alfredo, conforme divulgado pela Folha de S. Paulo. Ao mesmo tempo, o MBL avalia a adesão ao ato.
Os atos estavam previstos originalmente para 24 de julho, mas foram antecipados para este sábado, diante de depoimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado denunciando supostos esquemas de corrupção na negociação de vacinas pelo Ministério da Saúde, com o suposto conhecimento de Bolsonaro.
Convocadas em mais de 180 cidades por movimentos sociais, entidades estudantis, partidos políticos, centrais sindicais e até mesmo torcidas organizadas de futebol, as manifestações também têm a intenção de reforçar a pressão para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), dê andamento a um processo de impeachment contra Bolsonaro.
Pontos comuns em todas as cidades incluem placas de "Fora Bolsonaro", com a cobrança do impeachment do presidente, motivada principalmente pela condução do governo durante a pandemia. Em algumas cidades, como São Luís, até mesmo o pedido de impeachment do vice, Hamilton Mourão, foi pedido pelos manifestantes. A testagem em massa também é um pedido de quem compareceu aos atos.
Até o momento, os atos foram pacíficos, a exemplo das manifestações anteriores, ocorridas em maio e junho. A maior parte das pessoas que compareceu aos atos usava máscara e tentava praticar o distanciamento social.
É o terceiro dia de manifestações contra o governo, que vem enfrentando um aumento de pressões por conta da investigação parlamentar sobre supostas omissões no gerenciamento da pandemia, que já deixou mais de 500 mil mortos no país.
As manifestações mostram um dos piores momentos para a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. Pesquisa feita recentemente pela EXAME/IDEIA mostra que 58% das pessoas acreditam que Bolsonaro não merece ser reeleito em 2022. A deterioração dos dados coincide com a pior avaliação desde que assumiu a cadeira no Palácio do Planalto, em 2019, e com denúncias de superfaturamento na compra da vacina indiana Covaxin. Os que gostariam de vê-lo novamente como presidente somam 36%, e 7% não sabem.
Além disso, um super pedido de impeachment foi protocolado na Câmara dos Deputados na última quarta-feira. . O documento reúne o conteúdo dos 122 pedidos já protocolados e aponta mais de 20 crimes cometidos pelo chefe do Executivo desde que assumiu o Palácio do Planalto.
Outros crimes apontados são os de violação dos direitos sociais assegurados na Constituição e crime contra a segurança interna do país, pelas omissões e erros no combate à pandemia.