Protesto sobre desaparecimento de Amarildo (Fernando Frazão/ABr)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2015 às 22h51.
Manifestantes que lembravam os dois anos de sumiço de Amarildo de Souza, na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, entraram em confronto com policiais militares (PMs), depois de tentarem fechar a Auto-Estrada Lagoa-Barra, na favela.
Parentes e amigos do pedreiro acabaram reprimidos pelos policiais, inclusive com gás de pimenta.
Os PMs tentavam impedir que eles bloqueassem a via, que liga a Barra da Tijuca à zona sul da cidade.
A viúva de Amarildo, Elisabete Gomes da Silva, ficou indignada com a ação da polícia e perguntava, aos gritos, onde estava seu marido.
“Dois anos se foram, e são dois anos que não temos resposta. A gente não sabe onde está Amarildo. Eu quero que eles paguem pelos erros que fizeram. Destruíram minha família. Cadê o cadáver de Amarildo? Eu quero respostas sobre onde estão os restos mortais de meu marido”, falou Elisabete.
O filho de Amarildo, Emerson Gomes da Silva, disse que a família sofre sem poder dar um enterro digno ao pedreiro, que sumiu no dia 14 de julho de 2013, depois de ser levado por policiais militares para a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no alto da favela.
“Até hoje a família está angustiada, sem ter os restos mortais dele. Quero achar o corpo do meu pai, porque eles sabem onde está”, acredita.
Após cerca de dez minutos de confrontos entre PMs e manifestantes, uma parte da via foi liberada ao trânsito, que seguiu em meia pista. Durante a confusão, um dos policiais tentou arrancar uma faixa de protesto das mãos dos manifestantes.
Outros policiais tentaram algemar um dos ativistas, mas foram impedidos. O ex-comandante da UPP, major Edson Santos, e 24 policiais ainda aguardam julgamento. Eles foram indiciados por tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha pelo sumiço do pedreiro.