Manifestantes fazem protesto em frente à subprefeitura do M'boi Mirim, zona sul de São Paulo: o ato, que começou por volta das 7h, manteve-se pacífico durante a maior parte. (Marcelo Camargo/ABr)
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2013 às 12h50.
São Paulo - Os cerca de mil manifestantes que protestaram na manhã de hoje (19) contra o aumento da tarifa no transporte público na região do M'Boi Mirim, periferia do extremo sul da capital paulista, deixaram, há pouco, a frente da sede da subprefeitura de M'Boi Mirim. Após reunião com o subsecretário Antônio Carlos Dias de Oliveira, os líderes dos movimentos serão recebidos pelo secretário de transportes, Jilmar Tatto. Os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida M'Boi Mirim, importante acesso da zona sul da cidade ao Terminal Jardim Ângela.
Segundo Guilherme Simões, representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da reunião com o subprefeito ficou definido que será criada uma comissão com líderes dos movimentos sociais para discutir periodicamente os principais problemas da região. Guilherme defendeu mais atenção ao transporte público na periferia. “Estamos pedindo, além do [fim] do aumento nas passagens, melhorias no transporte. Aqui é uma das regiões mais precárias de São Paulo”, disse. De acordo com ele, a região precisa de mais metrô que atenda aos bairros da zona sul e do aumento do número de linhas de ônibus.
O ato, que começou por volta das 7h, manteve-se pacífico durante a maior parte. Porém, uma confusão teve início após um homem tentar agredir uma mulher. Segundo o tenente da PM Galindo, esse homem, ainda não identificado, foi responsável pelo grande tumulto. Pedras foram jogadas contra o prédio da subprefeitura e houve tentativas de derrubada dos portões. A Guarda Civil Metropolitana (GCM) usou gás de pimenta e cacetete para conter a confusão.
Vanessa de Souza, representante do MTST, disse ter visto duas mulheres serem agredidas. “Ele tomou as faixas e bateu nelas. O povo se revoltou e começou a empurrar o homem para a grade. Daí, ele mostrou a carteira de Guarda Civil Metropolitana e o povo ficou revoltado, sacudiu a grade”, relata.
Uma dessas mulheres era a cobradora Fabiana Alves. “Ele bateu em mim e na minha sobrinha. Na hora que ele puxou o cabelo dela para dar um soco, ela escorregou e eu caí por cima, puxando a blusa dele. Aí o pessoal começou a tumultuar, bater nele, foi a maior confusão. Antes, estava pacífico, todo mundo dando seus gritos de ordem. Sou cobradora de ônibus, vim porque não acho justo os R$ 3,20 e o meu salário não aumenta”, reclamou.
O tenente Galindo informou que o homem detido não portava os documentos e ainda não foi feita a sua identificação. Segundo o tenente, o homem tem vários ferimentos no rosto, mas sem gravidade. Ele será encaminhado para o 92º DP.