Protesto na Avenida Paulista. "Não vejo nenhum impacto mais forte para qualquer tipo de ativo", avalia o analista-chefe da CM Capital Markets, Marco Aurélio Barbosa (Valéria Bretas/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2015 às 09h25.
São Paulo - Na avaliação do analista-chefe da CM Capital Markets, Marco Aurélio Barbosa, as manifestações do domingo, 17, em todo o país não devem afetar os mercados domésticos. "Não vejo nenhum impacto mais forte para qualquer tipo de ativo", avaliou o especialista.
Segundo Barbosa, os protestos contra a corrupção, que focaram em especial o Partido dos Trabalhadores, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, não devem fazer "tanta diferença" em termos de pressão parlamentar, até porque, destacou, as contagens oficiais indicam um número menor de pessoas nas ruas em relação a março deste ano.
Barbosa pondera, no entanto, que outros componentes do atual cenário político já são suficientes para incorporar instabilidade aos mercados.
"A agenda própria de Brasília já vai trazer bastante insegurança porque já tem muita coisa para entrar na pauta, como uma possível reprovação das contas de 2014 do governo por parte do TCU (Tribunal de Contas da União)", exemplificou.
O que pode determinar a magnitude dos efeitos de uma eventual reprovação sobre os ativos, será a capacidade do presidente do Senado, Renan Calheiros, de levar ou não o tema à votação no Congresso Nacional.
O analista-chefe da CM Capital Markets aponta ainda possíveis novos desdobramentos da Operação Lava Jato. "Pode aumentar a apreensão nos mercados, se o nível de delatores passar um grau acima e começar a implicar mais gente", afirmou. Para Barbosa, "a Lava Jato é um barril de pólvora".