O ministro da Fazenda, Joaquim Levy: ato é contra as Medidas Provisórias 664 e 665, anunciadas no fim do ano passado pelo governo federal, que alteram regras para benefícios sociais (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 11h01.
São Paulo - Manifestação das centrais sindicais na capital paulista interdita, neste momento, a Avenida Paulista, sentido Consolação, uma das áreas mais movimentadas da cidade.
O ato é contra as Medidas Provisórias 664 e 665, anunciadas no fim do ano passado pelo governo federal, que alteram regras para benefícios sociais como pensão, auxílio-doença e seguro-desemprego.
Segundo balanço da Polícia Militar, divulgado às 10h30, mil pessoas participam do protesto. Pela estimativa de representantes das centrais sindicais, há 10 mil pessoas presentes na manifestação.
O protesto começou às 9h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo. Agentes de trânsito bloquearam, por volta das 10h30, o trecho da Avenida Paulista em frente ao museu.
Os manifestantes pretendem seguir em passeata até o prédio da Petrobras e, depois, para o Ministério da Fazenda. Ele pretendem entregar a autoridades do Ministério da Fazenda documento com críticas às medidas do governo.
O protesto é organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), a Nova Central e movimentos sociais.
De acordo com o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), os sindicatos defendem que o governo adote outras fórmulas para melhorar a arrecadação, evitando a retirada de benefícios trabalhistas.
Citou, como exemplos, o combate à fraude, à evasão de pagamento dos direitos e aumento da fiscalização.
“As medidas provisórias retiram, na nossa opinião, os diretos dos trabalhadores. Já estamos em negociação com o governo. A manifestação é uma maneira de demonstrar a insatisfação dos trabalhadores e dos demais movimentos sociais com essas medidas neoliberais”, disse Juruna.
Na opinião do sindicalista, as medidas provisórias prejudicam classes de trabalhadores mais fragilizadas.
“Não basta diminuir o seguro-desemprego, não basta cortar o abono, porque essas medidas acabam prejudicando principalmente os que conseguem empregos de pequena duração e os jovens que sempre estão pegando empregos de muita rotatividade no nosso país”, declarou.
O presidente da UGT em São Paulo, Luiz Carlos Mota, reclama que o movimento sindical foi surpreendido pelas medidas provisórias: o assunto não foi discutido com os representantes dos trabalhadores. “Esse é o momento em que os trabalhadores estão mostrando para a presidenta Dilma que não podemos retroceder nos direitos trabalhistas, temos que avançar”, disse ele.
Outra questão levantada por Mota é a pauta trabalhista. “A redução da jornada de trabalho, o fim do fator previdenciário, a correção da tabela do imposto de renda, são questões que estão afetando o bolso do trabalhador. São reivindicações que temos feito com as centrais sindicais há vários anos. Nunca se mexeu em nada da pauta trabalhista. E agora vão querer mexer na questão do seguro-desemprego, abono, auxílio-doença. Nós não vamos admitir isso, não”, declarou.