Manifestações: Kim Kataguiri, líder do Movimento Brasil Livre, cobrou o PSDB pela falta de empenho pela prisão de Lula (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de abril de 2018 às 18h12.
Brasília - As manifestações contra e a favor da concessão de um habeas corpus ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuam em Brasília. A tendência de um placar de 2 a 1 contrário a Lula, durante o voto do ministro Alexandre de Moraes, foi comemorada com um buzinaço pelos manifestantes contrário ao petista.
A manifestação pela prisão do ex-presidente Lula abriu espaço para cartazes e faixas de apoio à intervenção dos militares no País. O general da reserva Paulo Chagas, pré-candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSL, subiu no carro de som do Limpa Brasil e disse que a bandeira do Brasil jamais será vermelha, numa alusão ao PT.
Ele afirmou ainda que este é um momento de dor, pois a Justiça e a Constituição estão ameaçadas. "Não viemos pedir, viemos exigir, pois somos o poder." A plateia puxou o coro: "intervenção". O general disse que é uma decisão grave e só deve ser tomada após um "estudo de situação".
Kim Kataguiri, líder do Movimento Brasil Livre, cobrou o PSDB pela falta de empenho pela prisão de Lula. Os ruralistas, por sua vez, adiaram para amanhã a entrega de um documento ao presidente Michel Temer pedindo a securitização das dívidas do produtor rural e o fim do Funrural, um imposto agrícola. "Hoje estamos por conta do julgamento do TST e na expectativa da prisão do Lula", disse o presidente da União Democrática Ruralista UDR Luiz Nabhan Garcia.
No lado de apoio ao ex-presidente, foram apreendidas facas com manifestantes, de acordo com a Polícia Militar. Ninguém foi preso. O líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zaratini (PT-SP), defendeu o ex-presidente Lula em seu discurso. "Nós vencemos eleições, não pedimos intervenção militar. Eles se vestem de verde e amarelo, mas são os maiores entreguistas do Brasil", disse.