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Manda a PF devolver os iPads dos meus netos, pede Lula a Moro

Os equipamentos foram apreendidos em março de 2016 durante a Operação Aletheia - etapa da Lava Jato que levou coercitivamente o ex-presidente para depor.

Lula: "é uma vergonha, iPad de neto de 5 anos está desde março do ano passado", diz o ex-presidente (Nacho Doce/Reuters)

Lula: "é uma vergonha, iPad de neto de 5 anos está desde março do ano passado", diz o ex-presidente (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de maio de 2017 às 08h25.

Última atualização em 11 de maio de 2017 às 12h41.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu nesta quarta-feira, 10, durante interrogatório na Operação Lava Jato a devolução "dos iPads dos netos" dele ao juiz federal Sérgio Moro.

Segundo o petista, os equipamentos foram apreendidos em março de 2016 durante a Operação Aletheia - etapa da Lava Jato que levou coercitivamente o ex-presidente para depor.

"Aliás, eu queria aproveitar, já que o senhor falou dessa coerção, determine que a Polícia Federal devolva os iPads dos meus netos. É uma vergonha, iPad de neto de 5 anos está desde março do ano passado", reclamou Lula. Moro afirmou que é "só pedir a restituição que é devolvido".

Lula não concordou. "Não, não, não, não. Já pedi, já foi falar. Não pense que as coisas funcionam. Isso é que nem no Governo. Não pense que tudo que o senhor pede as pessoas fazem rapidamente. O senhor não viu como a Polícia Federal entrou na casa dos meus filhos. Não é com a educação que entraram na minha. Na casa dos meus filhos quebraram porta, quebraram portão."

O magistrado declarou que se Lula tivesse reclamações sobre a conduta da PF, poderia informar. "Não tem como tomar providência se o senhor não faz essa informação. Isso que o senhor está falando agora, nunca ouvi."

A denúncia do Ministério Público Federal sustenta que Lula recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio - de um valor de R$ 87 milhões de corrupção - da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.

As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira por meio do triplex 164-A no Edifício Solaris, no Guarujá, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, mantido pela Granero de 2011 a 2016. O petista é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção.

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