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Major Olímpio: CPI avisou, mas Temer não mudou presídios

Indagado sobre post polêmico no Facebook, deputado disse que intenção era mostrar, de forma irônica, que facções controlam cadeias

Major Olímpio: troca de farpas com Carlos Bolsonaro nas redes sociais (Facebook/Reprodução)

Major Olímpio: troca de farpas com Carlos Bolsonaro nas redes sociais (Facebook/Reprodução)

Marcelo Ribeiro

Marcelo Ribeiro

Publicado em 10 de janeiro de 2017 às 11h00.

Última atualização em 10 de janeiro de 2017 às 11h00.

Brasília - O deputado federal Major Olímpio (SD-SP) responsabiliza parcialmente a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e o presidente Michel Temer (PMDB) pela situação crítica do sistema penitenciário. O parlamentar afirmou que ambos tiveram acesso ao relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Sistema Carcerário da Câmara dos Deputados, mas não tomaram as decisões necessárias para mudar as condições dos presídios.

O documento destacou a superlotação das celas, a existência de pelo menos 40% de presos provisórios no país e o comando das facções criminosas no sistema penitenciário brasileiro.

“Alertados pelo relatório final da CPI, nem Dilma, nem Temer moveram uma palha para mudar a situação dos presídios”, disse Olímpio a EXAME.com.

De acordo com o parlamentar do Solidariedade, o Ministério da Justiça não tem nenhum controle sobre o sistema carcerário.

“Quem resolve se vai ter ou não a próxima matança nos presídios? As facções. Executivo, Legislativo e Judiciário precisam tomar vergonha na cara para assumir as rédeas da situação”, afirmou Olímpio.

Como os poderes devem atuar para reverter a situação? Para o deputado, o primeiro passo é identificar o percurso do dinheiro das facções criminosas e interromper o fluxo.

Indagado sobre a declaração polêmica que fez no Facebook, registrando um placar das mortes nos presídios de Manaus e Roraima e desafiando o Complexo Penitenciário de Bangu, no Rio de Janeiro, a superar o número de mortos, Olímpio disse que a intenção foi passar, com ironia, o recado de que o controle no sistema carcerário está nas mãos das facções.

“Se alguém do governo reclamar da minha declaração, vai ouvir desaforo”, afirmou Olímpio, que classificou como fraco o plano nacional de segurança, apresentado por Temer na quinta-feira (5).

Major Olímpio evitou fazer ataques ao ex-secretário nacional da Juventude Bruno Júlio, que declarou na sexta-feira (6) que mais presos deveriam ser mortos e que deveria acontecer uma chacina por semana. Após a repercussão negativa da declaração, ele pediu demissão no mesmo dia.

“A declaração dele representa o sentimento amargo de pelo menos 90% da sociedade. Eles que se matem lá dentro e preservem as vidas da população. Se o cara cometeu um crime, tem que cumprir a pena na cadeia”, disse Olímpio.

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