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Mais médicos custa R$ 542 mi e ainda falta atendimento

Como 71% dos registros profissionais ainda não foram liberados pelos conselhos regionais, os profissionais sem aval recebem salário sem trabalhar


	Médicos cubanos visitam, no povoado de Pedra Grande de Adelino, a Unidade Básica de Saúde Maria Macedo da Conceição: visitas estão entre as atividades dos médicos sem registro
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Médicos cubanos visitam, no povoado de Pedra Grande de Adelino, a Unidade Básica de Saúde Maria Macedo da Conceição: visitas estão entre as atividades dos médicos sem registro (Marcello Casal Jr./ABr)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2013 às 14h00.

São Paulo - O Ministério da Saúde estima investir ao menos R$ 542 milhões até dezembro no Mais Médicos. O valor inclui gastos assumidos desde o início das atividades, em agosto. Pode ser superado, pois o plano já funciona em sistema de emergência, sem a exigência de licitação para hospedagens e passagens aéreas. No entanto, médicos formados no exterior que já receberam registro provisório ainda esperam para começar a trabalhar pelo país.

Além disso, como 71% dos registros profissionais ainda não foram liberados pelos conselhos regionais, os profissionais sem aval para trabalhar estão sendo pagos para conhecer as unidades, participar de reuniões e observar colegas em ação. Em São Paulo, essa é a rotina de 55 médicos.

Até quinta-feira, 25, houve 647 registros protocolados. Destes, 182 foram emitidos - 161 nas últimas duas semanas. De acordo com o cronograma do governo, os brasileiros com diplomas nacionais aprovados começam a trabalhar na terça-feira, 1º de outubro.

Em municípios da Grande Porto Alegre, nove profissionais com registro provisório ainda participavam na semana passada da “territorialização” - termo usado pelo ministério para definir a fase de contato com colegas da Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Na sexta-feira, apenas um deles prestava consultas. Dois já tinham registro e os outros seis receberam o documento na quinta e começarão a trabalhar nesta segunda-feira, 30.

No Nordeste, a realidade não é diferente. Desde a terça-feira, 24, a cubana Monica Lorenzo Perez tem o registro do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e ainda não trabalha em Afogados da Ingazeira, no sertão.


Por decisão do secretário municipal de Saúde, Gildázio Moura, Monica e sua colega Mirta Consuelo Leyva Suarez, que recebeu o registro três dias depois, ainda cumprem uma etapa de adaptação. “Mesmo que os registros tivessem sido emitidos sem contratempo, nosso planejamento incluiria 15 dias de preparação.”

Neste período de entrosamento, as médicas entraram em contato com dados epidemiológicos, com a rede municipal de saúde e com a estratégia de planejamento municipal com relação à atenção básica. Conheceram as condições de vida da população rural e urbana, foram à feira, estão conhecendo a linguagem e os costumes do povo.

À espera

Médicos que ainda aguardam pelo registro seguem a mesma rotina: territorialização sem atendimento nenhum. Depois de 30 anos exercendo a medicina na Itália, a brasileira Silvana Picozzi conta que aderiu ao Mais Médicos para “ajudar” a população. “

Eu queria trabalhar com a população que mais precisa e o programa veio na hora certa”, disse. Ela é um dos cinco médicos destinados pelo programa a Indaiatuba, interior de São Paulo. (Colaboraram Elder Ogliari, Angela Lacerda e José Maria Tomazela). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Adriana Ferraz e Ana Pinho, especial para AE

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