Assim como o crack (foto), o oxi é capaz de viciar nas primeiras vezes em que é consumido (Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 10h43.
São Paulo - Mais destrutivo e viciante do que o crack, o oxi chegou à cracolândia. As pedras, que são vendidas por R$ 2, cinco vezes menos do que o crack, matam um terço dos viciados já no primeiro ano de uso.
Especialistas dizem que a nova droga deve agravar ainda mais os problemas de saúde pública na Luz, região central de São Paulo, onde centenas de dependentes químicos vagam dia e noite.
As pedras de oxi são feitas de pasta base de cocaína acrescida de cal virgem, querosene ou gasolina, ingredientes mais baratos e corrosivos do que o bicarbonato de sódio e o amoníaco, que compõem o crack.
Segundo especialistas, assim como o crack, o oxi é capaz de viciar nas primeiras vezes em que é consumido.
Entre os dependentes que circulam pela cracolândia, o oxi é conhecido como "a pedra de R$ 2". O comércio de drogas nas proximidades da Estação Júlio Prestes é livre, a qualquer hora do dia ou da noite, como em uma feira livre com mais de 150 pessoas.
As pedras de R$ 2 surgem em pequena quantidade nas mãos dos traficantes, que também são usuários e fazem a venda para sustentar o próprio vício.
A droga é uma opção ao crack, cuja pedra custa R$ 10 e permanece no topo da preferência dos viciados.
As apreensões realizadas na cracolândia ainda não foram capazes de detectar o oxi, mais por questão de método do que por falta da droga no mercado.
"No exame do Instituto de Criminalística, dá positivo para cocaína. Como é em pedra, fica caracterizado como crack, mas também pode ser oxi", afirma o diretor da Divisão de Educação e Prevenção do Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc), Reinaldo Correa.
A partir de agora, as pedras apreendidas serão testadas também para oxi. Há indícios de que 60 quilos de crack apreendidos em março na capital sejam, na verdade, oxi. Amostras foram queimadas e restou óleo, característica da nova droga. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.