Policiais prendem homem em Moscou, Rússia: o movimento Artpodgotovka foi proibido pela justiça em outubro (Tatyana Makeyeva/Reuters)
AFP
Publicado em 5 de novembro de 2017 às 12h17.
A polícia russa anunciou a detenção de 263 militantes que se reuniram neste domingo no centro de Moscou para uma manifestação, não autorizada, contra o presidente Vladimir Putin.
"Por violação da ordem pública no centro de Moscou, 263 pessoas foram detidas. Todas foram levadas para delegacias locais", informou a polícia moscovita em um comunicado.
A agência estatal de notícias TASS destacou que várias pessoas detidas estavam com facas e armas que disparam balas de borracha.
O opositor Viacheslav Maltsev, que foi candidato nas eleições legislativas de 2016 e tem um canal de política no YouTube com muitos seguidores, havia convocado as manifestações neste domingo em toda Rússia. Ele pediu uma "revolução popular" e o fim imediato do poder de Vladimir Putin.
De acordo com a ONG russa OVD-Info, que monitora as detenções no país, 212 pessoas foram presas em Moscou e 25 em outras cinco cidades do país.
Os policiais interpelaram, um a um, os manifestantes perto do Kremlin. Alguns agentes usavam capacetes e coletes à prova de balas.
Um jornalista da rádio Echo de Moscou, Andrei Yezhov, escreveu no Twitter que havia sido detido e publicou um vídeo, feito dentro de um veículo da polícia, no qual afirmava que muitos detidos eram jovens de pouco mais de 20 anos. Posteriormente, foi liberado sem acusações.
Viacheslav Maltsev fugiu para Paris depois que um tribunal de Moscou emitiu uma ordem de detenção contra ele por incitação a atividades extremistas. Seu movimento, Artpodgotovka, foi proibido pela justiça em outubro.
O FSB, o serviço de segurança russo, informou na sexta-feira a detenção de um grupo de partidários de Maltsev que estariam planejando "ações extremistas de amplitude" nos dias 4 e 5 de novembro, incluindo incêndios em escritórios governamentais e ataques a policiais. As detenções aconteceram em Moscou e seus arredores.