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Mais de 190 mil foram afetados por falhas em Metrô e CPTM

Com interrupções e circulação mais lenta das composições, houve superlotação dentro e fora das estações, com vários transtornos para quem tentava embarcar

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2012 às 19h32.

São Paulo – A Companhia do Metropolitano (Metrô) e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) calculam que cerca de 195 mil usuários dos dois meios de transporte, interligados em alguns troncos, foram prejudicados pelas falhas técnicas ocorridas em diferentes pontos do sistema, quase ao mesmo tempo, na manhã de hoje (14).

Com interrupções momentâneas e circulação mais lenta das composições, houve superlotação dentro e fora das estações, com vários transtornos para quem tentava embarcar.

No Metrô, ocorreram panes em composições de dois ramais entre os horários das 6h46 e 8h03. Na Linha 1 Azul, que se estende entre os bairros do Jabaquara, na zona sul, e o Tucuruvi, na zona norte, passando pelas interligações da Avenida Paulista, Sé e Luz, um trem apresentou pane entre as estações Vila Maria e Santa Cruz.

A pane foi suficiente para travar as conexões e tumultuar o acesso às estações, plataformas e composições. Nesse eixo, onde são transportadas, diariamente, cerca de l,5 milhão de pessoas, o Metrô calcula que cerca de 65 mil usuários tenham sido prejudicados.

Já na Linha 3 Vermelha, que liga as zonas leste e oeste, a companhia estima que tenham sido afetadas em torno de 100 mil pessoas. Nessa linha, o problema foi no sistema pneumático de uma composição que ficou retida na Estação D. Pedro II, no sentido Barra Funda. Os passageiros tiveram de ser retirados do trem.

A demanda diária desse ramal é 1,4 milhão de pessoas e, com tanta gente querendo embarcar, a estratégia adotada pela empresa foi a de fechar algumas estações e bloquear alguns acessos para evitar riscos à saúde do usuário, segundo justificou a companhia.


A CPTM estimou em cerca de 30 mil o total de passageiros atingidos pelo defeito no sistema de energia da Linha 9 Esmeralda, que liga o município de Osasco, a oeste da Grande São Paulo, com a região do Grajaú, no extremo sul da cidade de São Paulo. As composições estavam circulando por uma única via, entre as estações Granja Julieta e Santo Amaro. Em razão disso, a disputa por um lugar no embarque ou dentro dos trens causou desconforto aos usuários e a maioria chegou atrasada ao trabalho ou a outros compromissos.

Valdirene Rocha, de 25 anos, gerente de um restaurante próximo à Estação Pinheiros disse que se atrasou uma hora e meia para chegar ao local de trabalho. Para entrar no trem, ela teve de puxar a porta. “Estava uma baderna, tinha gente passando mal e minha irmã, que saiu mais cedo de casa, também teve dificuldades e chegou bem mais tarde do que o costume, no serviço.”

A CPTM, porém, informou que nenhum caso de atendimento por problemas de saúde foi registrado. Por meio de nota, o Metrô e a CPTM informaram que o atendimento aos usuários do sistema de transporte foi normalizado pouco depois das 8h.

A estudante de veterinária Jéssica Dodi, de 19 anos, estava aliviada na volta para a casa ao saber que o transporte já estava normalizado, no final da manhã. Logo cedo, no entanto, disse que demorou muito para embarcar na Linha 1 Azul, no Tucuruvi . Depois, ao fazer baldeação para a Linha Amarela e depois para a Linha 9 Esmeralda, enfrentou tumulto de passageiros. “Pelo sistema de som, avisaram [a CPTM] que havia falta de energia e eu acabei demorando uma hora e 20 minutos a mais do que em outros dias para chegar à faculdade”.

Para tentar driblar a dificuldade de acesso no embarque da estação do Jardim São Paulo, da Linha 1 Azul, na zona norte, a estudante Alba Marcondes, de 26 anos, fez o percurso ao contrário do destino pretendido, que era chegar à Avenida Paulista. Ela deixou de pegar o sentido Sé e retornou duas estações até o Tucuruvi. “Estava tudo superlotado e eu levei uma hora e 40 minutos em um trajeto que faço em meia hora todos os dias”, queixou.

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