Cerca de 182 mil toneladas de resíduos foram coletadas até agora dentro dos estádios da Copa (POOL/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de julho de 2014 às 17h42.
Rio de Janeiro - Cerca de 182 mil toneladas de resíduos recicláveis foram coletados até o momento dentro e nos arredores dos estádios das 12 cidades-sede da Copa do Mundo. O balanço foi apresentado hoje (10) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, em entrevista coletiva no Centro Aberto de Mídia da Copa, na zona sul do Rio de Janeiro.
Cerca de R$2 milhões foram investidos na contratação 1,5 mil catadores nas 12 sedes da Copa, que trabalharam nas arenas e nas Fan Fests.
Segundo Izabella, as linhas de financiamento criadas pelo governo para financiar a coleta seletiva durante a Copa serão ampliadas para cidades que não receberam jogos do Mundial.
“Estamos financiando uma estrutura de coleta seletiva, com tecnologia de ponta, recicladoras integradas com os catadores que saíram das ruas e agora estão nas fábricas, mudando o patamar de renda”, contou ela. “Agora temos um desafio de 5,6 mil municípios, que é um desafio enorme”, comentou.
A iniciativa durante a Copa é resultado de uma ação governamental que engloba cinco estratégias de sustentabilidade, entre elas a certificação ambiental de construção e gestão sustentável dos estádios pelo sistema Leadership in Energy and Environmental Design (LEED).
Cinco estádios já foram certificados, sendo que o Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, recebeu o selo Platinun, categoria máxima da certificação. A Arena Castelão, em Fortaleza, ganhou a certificação padrão e os estádios Arena Fonte Nova, em Salvador; Arena Pernambuco, no Recife; e Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, receberam a certificação prata. O Estádio Nacional de Brasília, o Estádio Beira Rio, em Porto Alegre; e a Arena da Baixada, em Curitiba, estão em fase final de certificação. Segundo Izabella, até dezembro todos as arenas terão certificação.
“Nenhum país fez isso antes e essa certificação compreende vários requisitos como a gestão de resíduos, de empregos mais sustentáveis, eficiência energética, a parte de ventilação natural”, citou. “Um dos legados da Copa é o domínio tecnológico em construção sustentável que o Brasil não tinha nas cidades-sede”, avaliou.
Outra iniciativa da agenda ambiental da Copa destacada pela ministra foi a mitigação das emissões de dióxido de carbono, diretas e indiretas, durante o Mundial. Izabella disse que, até agora, foram emitidas 1,406 milhão de toneladas do gás de efeito estufa indiretamente ligadas ao evento, sendo que 98,1% desse total foi gerado pelo transporte aéreo e hospedagem, 0,5% pelas obras e 1,4% por deslocamentos terrestres, serviços e consumo. Cerca de 60 mil toneladas de dióxido de carbono estão diretamente ligadas aos jogos, segundo Izabella.
A ministra comemorou o fato de que 545 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente ligadas à Copa já foram compensadas com reflorescimento e compra de crédito de carbono, por meio de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).
“Já começamos a Copa do Mundo com as emissões diretas mitigadas. Já mitigamos, voluntariamente, nove vezes as emissões diretas da Copa, e esperamos chegar até o final do ano com todas as emissões mitigadas”, calculou.