leite: além do MP, a operação contou com a participação de representantes do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com o apoio da Brigada Militar. (Scott Olson/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2013 às 12h22.
Rio de Janeiro - O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) começou hoje (22) a segunda fase da Operação Leite Compen$ado, que investiga esquema criminoso de adulteração do leite, por meio da adição de uma mistura de água, ureia e formol.
Pela manhã, foram presas cinco pessoas, entre empresários, transportadores de leite, funcionários e um vereador, nos municípios de Rondinha, Boa Vista do Buricá e Horizontina. Também foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.
Além do MP, a operação contou com a participação de representantes do ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com o apoio da Brigada Militar.
De acordo com o promotor de Justiça Mauro Rockenbach, a continuidade da operação, iniciada em fevereiro, pretende acabar com o esquema de adulteração do leite em outros dois núcleos no Rio Grande do Sul. A prática é considerada crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios, previsto no Artigo 272 do Código Penal.
Segundo o MP, em Rondinha, 11 laudos do Ministério da Agricultura, feitos entre fevereiro e maio, confirmaram a presença de formol no leite cru, somando um total de 113 mil litros impróprios para o consumo. As primeiras notas fiscais apreendidas em Rondinha comprovam a aquisição de 50 quilos de ureia. Com o aumento do volume do leite, os transportadores lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro.
O Mistério da Agricultura deve propor que as empresas alterem o pagamento do frete do produto, baseando-se na distância percorrida e não mais no volume transportado. A medida é importante porque o tema é tratado no âmbito comercial, que foge da legislação referente à inspeção sanitária.