Metrô e trem: governo chegou a aumentar a passagem no domingo, mas foi obrigado a recuar por decisão da Justiça (foto/Wikimedia Commons)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 10h51.
São Paulo - O secretário estadual de transportes metropolitanos Clodoaldo Pelissioni afirmou nesta quarta-feira, 11, que a maioria da população não será afetada caso haja reajuste das tarifas de integração entre ônibus e trilhos (metrô e trem) em São Paulo.
O governo quer aumentar a cobrança de quem faz uso de duas ou mais modalidades de transporte coletivo de R$ 5,92 para R$ 6,80.
"A maioria da população não será atingida. Mais de dois terços dos usuários do Metrô não seriam atingidos. Na CPTM, 62% dos usuários não serão afetados", disse.
O secretário não informou os valores absolutos do número de usuários que utilizam só bilhete unitário (apenas ônibus ou metrô) ou integrado. Ele destacou que a maior parte dos que fazem uso da tarifa integrada utilizam vale-transporte, bancado pelo empregador.
Até o momento, o reajuste está travado na Justiça, por causa de uma liminar. O governo estadual chegou a aumentar a passagem no domingo, dia 8, alegando não ter sido notificado formalmente da decisão, proferida na última semana, mas foi obrigado a recuar nesta quarta-feira, quando todos os valores cobrados voltaram à tarifa antiga.
A mudança é uma forma de compensar o congelamento da tarifa básica do transporte públicoem R$ 3,80, promessa de campanha do prefeito João Doria (PSDB) que depois foi seguida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para trens e metrôs. Caso o governo perca a batalha judicial, não está descartada a hipótese de o valor do bilhete unitário subir.
Nesta quarta-feira, a Prefeitura ingressou na ação junto ao Estado para tentar manter o aumento da passagem integrada. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Transportes Sérgio Avelleda. "Não somos parte, mas vamos ingressar espontaneamente e tomar conhecimento", disse.
Com a decisão judicial, as demais tarifas reajustadas pelo governo do Estado também voltaram aos patamares antigos. O bilhete único mensal, que havia subido para R$ 190, retornará ao preço de R$ 140, tanto na categoria ônibus como só trilhos. O mesmo vale para o bilhete único mensal integrado, que terá de ser mantido a R$ 230 no lugar dos R$ 300 propostos pelo governo.
O governo do Estado havia justificado a necessidade do reajuste dizendo que, sem o aumento apenas das integrações e dos bilhetes temporais, a tarifa básica teria de ser reajustada para R$ 4,05 e que a mudança resultaria em um aumento de R$ 220 milhões para os custeios de trens e metrô.
No caso da Prefeitura, o reajuste significaria uma receita de R$ 3,20 por passageiro em cada integração com os trilhos, valor que era de R$ 2,82 antes do aumento (o restante vai para o metrô ou os trens).