Eleições: apenas 25% dos brasileiros são a favor da permanência de Dilma, que enfrenta atualmente um processo de impeachment (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2016 às 17h19.
Dois terços (62%) dos brasileiros consideram que a crise política que atinge o país poderia ser resolvida com a saída da presidente Dilma Rousseff e de seu vice-presidente, e depois com a organização de novas eleições, segundo uma pesquisa publicada nesta terça-feira.
Apenas 25% dos brasileiros são a favor da permanência de Dilma, que enfrenta atualmente um processo de impeachment.
E eles são ainda menos numerosos (8%) a considerar que o seu vice-presidente, Michel Temer, que assumiria o cargo em caso de impeachment, poderia tirar o país da crise, de acordo com a pesquisa do Instituto Ibope.
A presidente Dilma Rousseff é acusada pela oposição de ter maquiado contas públicas para esconder o tamanho do déficit em 2014, o ano da sua reeleição, e em 2015.
O campo presidencial diz que ela não cometeu nenhum crime e denuncia um "golpe" institucional.
O processo de impeachment, lançado em 17 de abril por uma ampla maioria de deputados, começou sua segunda fase esta semana, no Senado.
A eventual continuidade do processo de impeachment começou a ser analisada por uma comissão de 21 senadores, que terão até dez dias úteis para chegar a uma conclusão e fazer sua recomendação à plenária do Senado.
Se a maioria dos senadores ratificar a decisão da Câmara, em uma votação prevista para meados de maio, Dilma Rousseff será afastada do cargo por até 180 dias à espera de uma sentença definitiva. Enquanto isso, segue o processo de impeachment propriamente dito, e o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) assume.
O mandato de Dilma termina em 2018, mas seu governo vem sofrendo duramente com a recessão econômica e com o vasto escândalo de corrupção na Pretobras.
Uma eventual anulação da eleição de 2014 poderia acontecer se a justiça eleitoral provar que a campanha de Dilma-Temer recebeu dinheiro de propina. Mas uma decisão a este respeito não deve acontecer antes de 2017.
A pesquisa Ibope foi realizada entre 14 e 18 de abril, com 2.002 pessoas, com uma margem de erro de dois pontos.