Armas dos EUA: o fuzil AK-47 é o preferido pelos criminosos porque não exige manutenção e é mais resistente (Kevork Djansezian/Getty Images)
Agência Brasil
Publicado em 24 de fevereiro de 2018 às 14h53.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2018 às 17h27.
Foi preso hoje (24) no estado norte-americano da Flórida o brasileiro Frederik Barbieri, considerado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro o maior traficante de fuzis dos Estados Unidos para o Brasil. O governo brasileiro já pediu aos EUA a extradição de Barbieri.
A prisão foi confirmada pelo titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), Fabrício Oliveira. Barbieri tinha cidadania americana e foi apontado como o comandante da organização responsável pela carga de 60 fuzis de guerra apreendidos em junho do ano passado no Terminal de Cargas do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro Galeão/Tom Jobim.
Segundo Oliveira, as investigações no Brasil começaram em 2015 e apontam que Barbieri residia em Miami desde 2010. Com a apreensão no aeroporto, as autoridades americanas também iniciaram uma investigação, no ano passado.
"Foi essa investigação nos Estados Unidos que ocasionou a prisão dele lá, começou com a apreensão do carregamento de fuzis aqui no Galeão, quando começou a investigação das autoridades americanas. A prisão dele é fruto de uma investigação da polícia americana com a ajuda da polícia brasileira, uma força-tarefa ficou uma semana lá", disse Oliveira.
Para o delegado, a prisão foi um importante passo no combate à violência no estado. "A expectativa é que as remessas ilegais diminuam, uma vez que a gente conseguiu desarticular essa quadrilha. Tem investigações que seguem em sigilo. A gente apreendeu fuzis no aeroporto, mas sabe que ele utilizou diversos outros instrumentos. É muito importante, porque foi fruto de uma força-tarefa entre a Polícia Civil do Rio e agentes americanos, em que a gente consegue colocar o líder de uma organização criminosa na cadeia", destacou.
O Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou que já apresentou ao governo norte-americano o pedido de extradição de Frederik Barbieri.
Porém, houve um pedido de documentação complementar e, no momento, o departamento aguarda o Poder judiciário enviar os papéis solicitados traduzidos para o inglês.
"Frederik Barbieri é investigado em procedimentos criminais instaurados no Brasil e nos EUA. Os pedidos de cooperação jurídica internacional entre os países para produção de provas encontram-se em andamento", informou o órgão por meio de nota.