Rodrigo Maia: na sexta, a PF deteve policiais legislativos suspeitos de interferência de investigações da Lava Jato (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 16h35.
Última atualização em 24 de outubro de 2016 às 17h06.
São Paulo - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta segunda-feira ter "muitas dúvidas" se foram erradas as varreduras feitas por policiais legislativos que foram detidos por agentes da Polícia Federal na semana passada.
"No mérito, eu tenho muitas dúvidas se a ação da polícia legislativa estava errada, porque a Constituição preserva o sigilo das informações do parlamentar", disse Maia a jornalistas, após participar de evento em São Paulo.
"Então, se em algum momento a polícia legislativa estava trabalhando para evitar grampos ilegais, coisa que o valha, não grampo legal, porque grampo legal fica na telefônica, não tem como evitar grampo legal porque é autorização judicial e está na central telefônica. Mas o trabalho da polícia legislativa em relação a garantir a preservação da informação do deputado, senador, do seu mandato, isso é constitucional."
Na sexta-feira, a PF deteve policiais legislativos suspeitos de interferência de investigações da operação Lava Jato, entre outras investigações.
Um dos presos foi o diretor da polícia legislativa, Pedro Ricardo Araújo Carvalho. De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, Carvalho e os demais policiais legislativos são acusados de receber recursos para fazer varreduras e retirar escutas implantadas pela Polícia Federal em investigações autorizadas pela Justiça.
Na própria sexta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), divulgou nota afirmando que a polícia legislativa atua "dentro do que preceitua a Constituição, as normas legais e o regulamento administrativo do Senado Federal".