Rodrigo Maia e Rubem Novaes: "O presidente do Banco do Brasil tem de tratar de liquidez e não sobre isolamento vertical", disse o presidente da Câmara (9Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil e Marcos Corrêa/PR)/Exame)
Estadão Conteúdo
Publicado em 2 de abril de 2020 às 14h41.
Última atualização em 2 de abril de 2020 às 16h29.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aproveitou a videoconferência que realizou na manhã desta quinta-feira, 2 de abril, promovida pelo Santander, para criticar a postura do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. "O presidente do Banco do Brasil tem de tratar de liquidez, e não de isolamento vertical", disse Maia nesta quinta-feira em "live".
Mais cedo, o presidente do BB encaminhou, via WhatsApp, a seguinte mensagem: "Caiam na real", acompanhada do vídeo postado pelo presidente Jair Bolsonaro com o apelo de uma apoiadora pela reabertura do comércio no país em meio à pandemia da covid-19.
Indagado sobre a postagem, disse que governadores e prefeitos deveriam "cair na real", pois "impedem a atividade econômica e oferecem esmolas, com o dinheiro alheio, em troca", e destacou que "esmolas atenuam o problema, mas não o resolvem". "E pessoas querem viver de seu esforço próprio", concluiu.
Antes de cobrar que o Banco do Brasil atue na questão de liquidez, e não na defesa da linha defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, de flexibilização da quarentena, Maia falou sobre o Banco Central e sobre a Caixa.
A respeito do BC, disse que é importante a autoridade monetária atuar com mais transparência neste momento de crise aguda provocada pelo coronavírus. "Neste momento espero que ele atue ajudando empresas, microcrédito e com a responsabilidade que seu corpo técnico sempre teve."
"Roberto Campos [presidente do BC] é experiente, tem bom diálogo, mas não pode entrar no mercado para quem especulou, óbvio que ele não vai entrar nisso, mas o BC precisa garantir liquidez que o sistema financeiro não tem conseguido para quem precisa do apoio para funcionar e prestar seus serviços", afirmou Maia.
Ao falar da Caixa, disse que a instituição está na linha correta, mas faltam ainda mais ações. "Ela tem tido alguma agilidade e trabalhado para garantir crédito para as Santas Casas."
Na videoconferência, o presidente da Câmara dos Deputados disse que liberar coisas a conta-gotas (falando do governo federal) causa muita confusão, cobrando novamente uma ação coordenada de todos os entes federativos. "Nossa preocupação [Parlamento] deve ser blindar nossa pauta para focar o que tem relação com a crise, o que é provisório e o que é preciso para ter os melhores resultados, isso é o que temos de ter em mente."
Maia citou e elogiou o poder moderador do presidente do STF, Dias Toffoli, e num recado ao mandatário do país disse que este momento de crise aguda não é de "tensionamento nas relações, mas de moderação e trabalho conjunto".