Rodrigo Maia: "não vou deixar de cumprir a decisão judicial. A decisão judicial é para que eu encaminhe à Mesa a cassação" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de fevereiro de 2018 às 14h55.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira, 8, que a Casa vai cumprir a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar a perda do mandato do deputado Paulo Maluf (PP-SP).
Maia disse que já encaminhou o processo para a corregedoria da Casa, que vai ouvir Maluf e emitir um parecer para que a Mesa Diretora possa determinar a perda de mandato.
"Não vou deixar de cumprir a decisão judicial. A decisão judicial é para que eu encaminhe à Mesa a cassação. Eu encaminho à Corregedoria, que vai ouvir o deputado Maluf, é um direito legal que ele tem. Depois disso, a Mesa vai decidir pela cassação do deputado Maluf", afirmou o parlamentar fluminense em entrevista após reunião com a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia.
Paralelamente ao cumprimento da decisão de Fachin no caso Maluf, Maia afirmou que a Câmara vai entrar com uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) no STF defendendo a prerrogativa do plenário do Parlamento dar a palavra final sobre a perda do mandato de deputados condenados em última instância, e não do Supremo.
Maluf foi condenado a 9 meses e dez dias de reclusão em regime inicialmente fechado pelo crime de lavagem de dinheiro. Aos 86 anos, Maluf terá de pagar o equivalente a 248 dias-multa, aumentada em três vezes.
O deputado foi considerado culpado pelo desvio de dinheiro de obras públicas e remessas ilegais ao exterior, por meio da atuação de doleiros, além da participação em um esquema de cobrança de propinas durante sua gestão da Prefeitura de São Paulo (1993-1996).
Sobre o deputado João Rodrigues (PSD-SC), Maia disse que só se pronunciará após ser notificado pelo Supremo. Rodrigues foi preso nesta quinta-feira pela Polícia Federal em Guarulhos (SP), após a Primeira Turma do STF determinar nessa semana cumprimento imediato da pena de cinco anos e três meses em regime semiaberto, por ele ter sido condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por fraude e dispensa irregular de licitação.
O presidente da Câmara afirmou ainda que vai aguardar julgamento de recursos do deputado Celso Jacob (MDB-RJ) para decidir sobre o destino do parlamentar.
Jacob está preso no Complexo da Papuda em Brasília desde junho de 2017. Ele foi condenado pelos crimes de falsificação de documento público e dispensa de licitação quando era prefeito de Três Rios (RJ).