Rodrigo Maia: político declaradamente liberal do ponto de vista econômico, foi um dos principais defensores e articuladores da reforma da Previdência (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 5 de março de 2018 às 17h15.
Brasília - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve explicitar o seu redirecionamento --e o de seu partido-- da direita para o centro na convenção do DEM na próxima quinta-feira, quando o deputado deve lançar sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.
Esse reposicionamento deve ter como linhas gerais a união do discurso do enxugamento do Estado com as questões sociais, disse uma fonte que acompanha o assunto, sem deixar de lado também a segurança pública, a geração de emprego e o crescimento econômico, pautas já defendidas pelo presidente da Câmara.
"Ele vai pontuar (o redirecionamento)", disse a fonte sob condição de anonimato.
Político declaradamente liberal do ponto de vista econômico, Maia foi um dos principais defensores e articuladores da polêmica e impopular reforma da Previdência.
Agora, com a disputa à Presidência da República no horizonte e o esforço de se tornar o candidato de centro mais viável para fazer frente ao que chamou de "populismo", Maia também deve voltar seu foco e seu discurso à área social.
O deputado já vinha se dedicando ao tema da segurança pública, mesmo antes de o governo federal anunciar a intervenção na área no Rio de Janeiro, no mês passado.
Na quinta-feira, o DEM realiza convenção para eleger seus diretórios e deve lançar a pré-candidatura presidencial do parlamentar. O partido, no entanto, não irá oficializar nenhuma candidatura, já que a lei eleitoral prevê um período específico para isso, entre 20 de julho e 5 de agosto.
Mas a entrada de Maia na disputa já vinha sendo ventilada. Em entrevista coletiva no mês passado, o ministro da Educação, Mendonça Filho, também do DEM, afirmou que o partido defende a candidatura do deputado ao Planalto.
Se confirmar sua pré-candidatura na quinta, como esperado, Maia será mais um integrante da base a manifestar intenção de entrar na corrida pelo comando do Executivo.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já admitiu a possibilidade de se candidatar mesmo que o presidente Michel Temer tente a reeleição.
Temer tem negado a intenção de se candidatar, mas integrantes do governo --principalmente no Palácio-- não descartam a possibilidade.