Operação militar: Maia elogiou os resultados da presença das tropas no Rio, sentida mais notadamente desde setembro (Ricardo Moraes/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 1 de dezembro de 2017 às 12h25.
Rio de Janeiro - No Rio para um evento sobre segurança pública na Procuradoria Geral do Estado, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira, 1º, a permanência das tropas federais no Rio até o fim de 2018. Ele disse ainda que a coordenação da política de segurança fluminense deveria ser do governo federal, e não do Estado.
"Eu não tratei desse assunto com o presidente Michel Temer, mas tenho certeza de que se isso for um pedido do governador (Luiz Fernando Pezão) ou do secretário de Segurança, se for importante para o Rio, ficará (o auxílio federal). Em alguns momentos, o ministro da Defesa (Raul Jungmann) disse que poderia ir até o final do governo Temer", afirmou.
"O Rio ainda vive transição fiscal. Eu defendo a permanência, é importante. O Rio vive a crise que vive e não entendo como a gente não tem ainda um comando mais transparente por parte da União. Foram muitos governos que se omitiram. A coordenação da política de segurança precisa ser do governo federal, até porque as armas que estão matando nossas famílias não são produzidas no Brasil, isso é um crime federal. A solução tem que ser coordenada pelo governo federal, tem que ter protagonismo".
Maia elogiou os resultados da presença das tropas no Rio, sentida mais notadamente desde setembro, quando da eclosão da guerra de traficantes na favela da Rocinha, em disputa desde então pelo controle da venda de drogas.
"A operação está sendo feita com muito sucesso, principalmente na zona norte. Se esse for entendimento, o governo federal não vai deixar de continuar colaborando. É isso que a gente espera."
Maia também reviu posição sobre o secretário de Segurança do Rio, Roberto Sá, que externou em setembro, por ocasião da guerra na Rocinha - ele chegou a afirmar que Sá havia "perdido as condições de comando" do Estado diante da invasão de traficantes rivais à favela e pediu sua exoneração.
Nesta sexta-feira, o deputado contemporizou, explicando que falou como morador do bairro de São Conrado, onde fica a Rocinha.
"Falei uma frase solta que não deveria ter falado, isso é de responsabilidade do governador. Ele (Sá) tem trabalhado de forma incansável, e com poucos recursos, não tenho nada contra ele. Eu não mudei de opinião, mas não cabe a mim discutir nomeação e exoneração. Talvez tenha sido um erro meu, tenha me precipitado. Tenho certeza que dentro dos R$ 3 bilhões do empréstimo federal, que se Deus quiser vai sair nos próximos dias, vamos conseguir colocar em dia o 13º salário das polícias", completou.