Brasil

Maia critica Heleno e diz que nota afasta investidores estrangeiros

Ministro disse que a apreensão do celular do presidente Bolsonaro teria "consequências imprevisíveis"; não há decisão para apreensão do aparelho

Maia: para o deputado, a iniciativa de Heleno cria um ambiente de insegurança para investimentos estrangeiros no Brasil (Amanda Perobelli/Reuters)

Maia: para o deputado, a iniciativa de Heleno cria um ambiente de insegurança para investimentos estrangeiros no Brasil (Amanda Perobelli/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2020 às 18h20.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 19h08.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, por ter divulgado nota contra a possibilidade de apreensão do celular do presidente Jair Bolsonaro.

O pedido foi feito por partidos de oposição ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que pediu a opinião da Procuradoria-Geral da República sobre o caso.

"A própria nota do ministro Heleno é muito ruim, ameaçando. Se achou que o encaminhamento do Celso de Mello é tão grave assim, peça uma audiência, mas essas agressões que confrontam, que ameaçam, nada disso", disse Maia em entrevista à Record News.

Para o deputado, a iniciativa de Heleno cria um ambiente de insegurança para investimentos estrangeiros no Brasil. "O investidor pensa que não pode investir nesse País. É a sinalização que a gente passa no exterior", argumentou Maia, para quem a nota "só afasta o Supremo do governo e cria mais instabilidade".

Segundo o parlamentar, o governo deveria ter acionado a Advocacia-Geral da União e solicitado uma reunião com Celso de Mello, ao invés de divulgar a nota do GSI, que foi compartilhada pelo próprio Bolsonaro em sua conta no Facebook. A nota tem sido criticada pela oposição, que vê ameaça de Augusto Heleno ao STF. A nota fala em "consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional" caso haja apreensão do celular do presidente da República.

Reunião ministerial

Questionado sobre a frase "eu quero todo mundo armado", proferida por Bolsonaro na reunião ministerial do dia 22 de abril, cuja gravação foi divulgada enquanto Maia ainda estava sendo entrevistado, o deputado disse que precisava conhecer melhor "o contexto da frase, mas parece uma frase muito ruim. Outros governo armados não geraram um sistema democrático e um país forte".

Acompanhe tudo sobre:General Augusto HelenoJair BolsonaroRodrigo Maia

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022