Rodrigo Maia: "O ideal é que os comandantes, respeitado a hierarquia, tivessem um cuidado maior" (Cristiano Mariz/VEJA)
Reuters
Publicado em 4 de abril de 2018 às 18h39.
Última atualização em 4 de abril de 2018 às 21h32.
Brasília - O presidente da Câmara e pré-candidato a Presidência da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta quarta-feira que comandantes das Forças Armadas tenham "mais cuidado" com declarações, em referência a manifestações de representantes militares sobre o julgamento de recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta tarde.
Para Maia, "uma fala solta no Twitter" gera "especulação" e interpretações diversas, referindo-se a declaração do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, na rede social na véspera. O general afirmou que o Exército compartilha "com os cidadãos de bem" o "repúdio à impunidade", o que foi visto por alguns como uma forma de pressionar o STF.
"O ideal é que os comandantes, respeitada a hierarquia, tivessem um cuidado maior", disse Maia a jornalistas.
"Acho que a forma como foi feita (a declaração), gerou especulação, o que no Brasil, no momento em que a gente vive - em nenhum momento - mas principalmente nesse momento, não é a melhor forma", afirmou.
Nota divulgada nesta quarta pelo Ministério da Defesa apontou que o comandante do Exército mantém a "coerência" e o "equilíbrio" de sua gestão e que reafirma o compromisso da "Força Terrestre com os preceitos constitucionais".
A nota diz também que o comandante manifesta "preocupação com os valores e com o legado que queremos deixar para as futuras gerações". "É uma mensagem de confiança e estímulo à concórdia", afirma a nota.
O Supremo iniciou nesta quarta-feira sob grande pressão o julgamento de habeas corpus impetrado pela defesa de Lula, que pode evitar a eventual prisão do petista por ora.
Há duas semanas, o Supremo concedeu uma liminar a Lula para que ele permaneça em liberdade até pelo menos o julgamento do habeas corpus.
Na semana passada, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) rejeitou os embargos de declaração da defesa do ex-presidente, que questionavam pontos da condenação a 12 anos e 1 mês de prisão imposta em janeiro a Lula no caso do tríplex do Guarujá (SP).