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Maia busca apoio do PR para sua candidatura ao Planalto

Com a sexta maior bancada da Casa (37 deputados), o partido é um dos que Maia tenta atrair o apoio para viabilizar sua candidatura

Maia: o nome de Maia para a disputa ao Planalto ainda é dúvida dentro do governo (Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Maia: o nome de Maia para a disputa ao Planalto ainda é dúvida dentro do governo (Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 16h43.

Brasília - Apontado pelo DEM como pré-candidato à Presidência da República, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), se encontrou com o ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), que comanda o PR, na manhã desta quinta-feira, 11.

Com a sexta maior bancada da Casa (37 deputados), o partido é um dos que Maia tenta atrair o apoio para viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto no pleito deste ano. Oficialmente, o presidente da Câmara foi pedir apoio à reforma da Previdência, mas, segundo interlocutores, o pano de fundo do encontro foi atrair o PR para uma eventual candidatura.

O nome de Maia para a disputa ao Planalto ainda é dúvida dentro do governo. Ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente Michel Temer disse acreditar que o político fluminense vai disputar a reeleição da Câmara e não o Planalto. Temer, contudo, afirmou que o presidente da Câmara "só tem a ganhar" ao se movimentar pela sucessão.

O presidente da Câmara acredita que poderá contar com apoio do PR, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja condenado em segunda instância no processo do triplex do Guarujá (SP) e, assim, fique impedido de concorrer nas eleições presidenciais deste ano. Caso o petista seja candidato, Valdemar e outros integrantes do PR têm defendido, nos bastidores, aliança com Lula.

Além de Valdemar, o grupo de Maia também tem conversado com o ex-deputado Bernardo Santana, presidente do PR de Minas Gerais. Santana é do mesmo Estado do senador Antonio Anastasia (PSDB), nome que o presidente da Câmara sonha em ter como candidato a vice. Outra opção seria a senadora Ana Amélia (RS), do PP, sigla cuja negociação de aliança com Maia está avançada, segundo aliados dele.

Em seu Twitter, Maia postou que iniciou o dia em reunião com o Partido da República, sem citar nomes. Segundo ele, o encontro foi para discutir a reforma da Previdência. No post, ele também informou que almoçará com o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, em Florianópolis. "Vamos tentar construir a participação dos governadores neste debate (da reforma)", disse Maia.

Colombo é do PSD, partido do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e cujos parlamentares têm apresentado forte resistência a favor das mudanças nas regras previdenciárias. Maia, o ministro e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), travam uma disputa nos bastidores para ser o candidato de centro apoiado pela maioria dos partidos da base aliada do presidente Michel Temer.

Candidatura

A reforma da Previdência é considerada pelo grupo de Maia como um dos marcos para o eventual lançamento oficial da candidatura dele. Foi justamente em razão da proposta, cuja votação no plenário da Câmara está marcada para 19 de fevereiro, que Maia pediu ao DEM para adiar para o fim do mês a convenção nacional do partido, quando Maia deve ser lançado como pré-candidato. Na avaliação de aliados, ele precisa da aprovação da reforma para "reforçar" seu poder de articulação.

Maia começou a se movimentar para se viabilizar como candidato ao Planalto. A articulação envolve conversas com partidos e uma agenda de viagens dentro e fora do País para se tornar mais conhecido. Maia discute com aliados, economistas e marqueteiros os temas que pretende abordar nas viagens. A ideia é que ele apresente a posição deles e aborde assuntos que a sociedade quer ouvir, como na área da segurança pública, tema caro a seu Estado, o Rio.

No sábado, Maia embarca para os Estados Unidos para estrear como presidenciável no ambiente internacional. Em Nova York, deve se reunir com o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), o português Antonio Guterres. De lá, vai para Washington, onde está prevista visita ao Parlamento americano e conversas com jornalistas e diplomatas. Depois, seguirá para Cancún, no México, onde participa de fórum com investidores promovido pelo Santander.

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