Maia: Temer foi denunciado nesta quinta sob acusação de chefiar uma organização criminosa e de obstruir a Justiça (Marcos Corrêa/PR/Flickr)
Reuters
Publicado em 14 de setembro de 2017 às 20h24.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reconheceu nesta quinta-feira, pouco depois de a Procuradoria-Geral da República oferecer uma segunda denúncia contra o presidente Michel Temer, que o momento é "difícil" e defendeu que o tema seja tratado pela Casa com "equilíbrio", "paciência" e "tranquilidade".
Maia garantiu ainda que respeitará todos os prazos previstos para a tramitação da denúncia na Câmara e não quis emitir um juízo de valor sobre o mérito da peça apresentada nesta quinta pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"A gente tem que ter muita tranquilidade, é um momento difícil, mas o nosso papel é garantir o equilíbrio e a paz no Brasil, para que o Poder Legislativo cumpra o seu papel com toda a tranquilidade, sem nenhuma pressa, respeitando o regimento, respeitando a defesa do presidente Michel Temer, e que a gente possa ... encerrar essa segunda denúncia dentro desse prazo para que a Câmara possa voltar a ter uma agenda de reformas no Brasil", disse o deputado em Araxá (MG), onde participa de eventos.
"Nós temos que ter paciência, equilíbrio e cumprir o nosso papel, como cumprimos na primeira... Assim vai ser na segunda."
O presidente da Câmara reconheceu, no entanto, que o encaminhamento da denúncia para a Casa irá temporariamente interromper os trabalhos.
"Uma denúncia contra o presidente da República é, independente de qual é a agenda, é sempre muito grave. Você não tem como falar 'vamos ter duas agendas relevantes no plenário da Câmara' tendo uma denúncia contra o presidente do Brasil", avaliou.
A denúncia contra o presidente só pode ter andamento mediante uma autorização de ao menos 342 deputados. Uma vez na Câmara, a denúncia passa por uma análise prévia na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e só depois segue para o plenário.
Temer foi denunciado nesta quinta sob acusação de chefiar uma organização criminosa e de obstruir a Justiça. No mês passado, a Câmara negou autorização para o STF analisar uma denúncia de corrupção contra o presidente.