Mina da Braskem em Maceió (GUIDO JR./FOTOARENA/FOTOARENA//Estadão Conteúdo)
Redação Exame
Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 11h02.
Última atualização em 4 de dezembro de 2023 às 14h10.
Maceió completa seis dias desde o alerta de risco de colapso em uma das minas da Braskem, na região do antigo campo do CSA, no bairro do Mutange. A cidade segue em "alerta máximo" ao passo que velocidade em que a terra cede na região da mina 18 diminuiu de 5 cm por hora para 0,25 cm por hora, apresentando um movimento de 6 cm nas últimas 24 horas. Segundo a Defesa Civil da região, o solo já afundou 1,77 metro desde o dia 28 de novembro.
A Braskem informou nesta manhã que as atividades de extração de sal-gema da petroquímica em Alagoas foram encerradas em maio de 2019 e que, desde então, vem adotando medidas para o fechamento definitivo dos poços de sal, previsto para meados de 2025. A matéria-prima é utilizada para fabricação de soda cáustica e PVC.
Segundo a companhia, o plano de fechamento definitivo de 35 cavidades atingiram 70% de avanço. Destas, nove receberam recomendação de preenchimento com areia, cinco tiveram preenchimento concluído, três em trabalhos de preenchimento em andamento, e uma, pressurizada, indicando que não é mais necessário realizar o preenchimento, alega a empresa.
Outras cinco cavidades tiveram confirmado o status de autopreenchimento. E as 21 cavidades restantes estão sendo tamponadas e/ou monitoradas — em 7 delas o trabalho foi concluído.
"Adicionalmente, no contexto do monitoramento preventivo do solo que vem sendo realizado desde 2019, foram registrados recentemente microssismos e movimentações de solo atípicas concentrados no local da Cavidade 18, tendo a Braskem paralisado preventivamente suas atividades de preenchimento de poços na área, assim como as atividades preparatórias para o início do preenchimento da Cavidade 18", afirma a companhia, em comunicado ao mercado.
A Braskem diz ainda que o processo de desocupação preventiva da área se iniciou em dezembro de 2019 e que a área de risco do mapa definida pela Defesa Civil de Maceió está integralmente desocupada. A área de resguardo no bairro do Mutange, onde fica a Cavidade 18, já estava desocupada, sem nenhuma pessoa residindo nessa área, desde abril de 2020.
"Os dados atuais de monitoramento demonstram que a condição de movimentação do solo segue concentrada na área da Cavidade 18. Todos os dados estão sendo compartilhados em tempo real com as autoridades, com quem a Companhia vem trabalhando em colaboração prestando todas as informações", afirma a Braskem.
Em nota divulgada no domingo, o Ministério de Minas e Energia informou que a situação está estabilizada e caso haja o colapso de uma mina será "de forma localizada e não generalizada". "Observa-se estabilização da situação, com redução do ritmo de subsidência do terreno e redução da probabilidade de deslocamentos de terra de larga escala", diz o relatório. O receio das autoridades é que o rompimento da cavidade resulte em uma cratera que pode chegar a até 150 metros de superfície nas projeções da Defesa Civil de Alagoas.
A Defesa Civil da cidade informou nesta manhã que a velocidade vertical reduziu para 0,25 cm por hora. O ideal é que a medida retorne para milímetros por ano para que o risco na região diminua.
O prefeito da cidade, JHC (PL), está em Brasília para reuniões com o presidente da Caixa, Carlos Fernandes, e os ministros do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da Pesca e Aquicultura, André de Paula. JHC também participará de uma sessão não deliberativa no Senado Federal. A ideia é apresentar as necessidades do município aos diferentes órgãos para o enfrentamento da situação.