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Luta contra corrupção no Brasil é "exemplo ao mundo", diz FT

Jornal inglês diz que postura faz corruptos “pensarem duas vezes” antes de praticar atos ilícitos, melhorando a governança do país

Protesto contra o governo em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

Protesto contra o governo em Brasília (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 18h20.

Última atualização em 2 de agosto de 2017 às 12h09.

São Paulo – Dando destaque à situação de crise econômica e política do Brasil, um artigo publicado hoje (4) pelo jornal inglês Financial Times classifica o despertar do sentimento brasileiro de “luta contra a corrupção” como lado positivo da situação e uma "lição a ser seguida" pelo mundo.

Em referência clara aos protestos anti-governo, o jornal discute como a investigação do esquema de corrupção da Operação Lava Jato, que resultou na prisão de políticos e bilionários do país, e essa indignação popular são fatores que trazem “benefícios consideráveis” e fariam corruptos “pensarem duas vezes” antes de praticar atos ilícitos. Como resultado, a pressão resultaria em melhor governança do país.

Depois de citar alguns casos que exemplificam a gravidade da crise, como a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff — devidamente apontado que aconteceu depois das negociatas com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB) —, o jornal ilustra como a nova postura estaria encaminhando uma melhora ao país.

“O destemor com que figuras antes intocáveis — caso de experientes senadores e André Esteves, ex-chefe do banco de investimentos BTG Pactual — estão sendo responsabilizadas é notável”, diz o texto. “Com certeza, é um contraste com a forma tímida que a corrupção é tratada em outras economias emergentes, como Rússia e China, ou mesmo Venezuela, onde a corrupção atingiu níveis espetaculares.”

O Financial Times lembra que o Brasil já passou por levante parecido para destituir o ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992, e, mesmo assim, não teria vivido grandes alterações de conduta. Desta vez, no entanto, a mudança seria motivada pela abrangência da crise, que atinge vários partidos e grandes empresários. Isso faria com que mártires não surgissem do processo, dando um caráter mais íntimo e afetivo à população.

“O processo de impeachment será uma distração adicional ao principal problema de Brasília: a economia”, diz o FT. “Mas mesmo em meio ao aprofundamento da catarse, há encorajadoras — e exemplares — mudanças também.”

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