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Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2010 às 19h42.
Brasília - O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, prevê que o país criará mais de 3 milhões de empregos formais no próximo ano e atingirá a marca de 10 milhões de novas vagas ao longo do próximo governo, superando o desempenho recorde dos últimos anos.
A poucos dias do primeiro turno da eleição presidencial, com chances de vitória da candidata governista, Dilma Rousseff (PT), Lupi alerta, contudo, que o grande desafio do Brasil será suprir a escassez de trabalhadores. Os gargalos, afirma, não se restringem mais apenas à mão-de-obra qualificada, já atingindo, por exemplo, funções mais simples da construção civil.
"Eu acho que ano que vem tende a ser melhor do que este ano. Este ano eu prevejo bater com 2,5 milhões (de vagas formais, estou prevendo 2011 com mais de 3 milhões", afirmou à Reuters.
Segundo Lupi, o país já enfrenta falta de trabalhadores não só no topo da pirâmide de trabalhadores, mas também na base, principalmente nos setores de serviços e construção civil.
Para lidar com o problema, segundo ele, é necessário a criação de uma "cultura da qualificação", principalmente para vagas menos especializadas, esforço que deve ser liderado pelo setor privado.
"A empresa é a grande beneficiária disso; por que só o governo tem de qualificar?", questiona.
O Brasil gerou 8,6 milhões de empregos formais desde 2007, marca recorde alavancada por um ciclo de forte crescimento econômico. A taxa de desemprego está atualmente em mínimas históricas, tendo fechado julho em 7,1 por cento.
A continuidade da expansão econômica, aliada a estímulos como obras de infraestrutura e investimentos relacionados à Copa do Mundo e às Olimpíadas devem contribuir para levar essa taxa a 5,5 por cento até 2014, previu Lupi."Toda a cronologia, toda a organização da própria sociedade está começando a colher os frutos daquilo que plantou."
Nesse contexto, Lupi descarta a necessidade de se promover uma desoneração da folha de pagamentos, medida que foi cogitada pela equipe do ministro Guido Mantega (Fazenda), mas não chegou a avançar.
"Não é a solução", diz Lupi, acrescentando que desonerações necessariamente implicariam em corte de benefícios para os trabalhadores, como auxílio desemprego.
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